Uma série de protestos, que deixaram vários mortos, eclodiu no Irão depois que as autoridades anunciaram, na última sexta-feira, a morte de Mahsa Amini, após ser detida por usar o véu de “forma inapropriada”. A jovem foi presa pela polícia da moral, encarregada de impor às mulheres o estrito código de vestimenta determinado pelo regime.
A polícia tem utilizado gás lacrimogéneo para dispersar os protestos, por vezes violentos, e dezenas de pessoas têm sido presas. Muitas iranianas, em particular as jovens, consideram a morte de Amini o resultado do pesado policiamento e do tratamento cada vez mais violento das mulheres jovens por parte da polícia dos costumes.
Há manifestantes que gritam na rua “morte ao ditador”, visando tanto o governo do Líder Supremo Ali Khamenei como a teocracia iraniana, apesar da ameaça de prisão e até mesmo a possibilidade de uma sentença de morte.
Os protestos começaram nas redes sociais e estão desde sábado nas ruas, sobretudo no Curdistão iraniano, terra natal de Mahsa Amini. A jovem tinha 22 anos e foi detida a 13 de setembro em Teerão por não ter o cabelo completamente coberto. Morreu três dias depois, após entrar em coma. A polícia nega ter sido maltratada e diz que Amini morreu de ataque cardíaco. O Presidente Ebrahim Raisi, prometeu uma investigação.
A família de Amini diz que ela não tinha historial de problemas cardíacos e que foram impedidos de ver o seu corpo antes de ela ser enterrada. As manifestações irromperam após o seu funeral na cidade curda de Saqez no sábado e rapidamente se espalharam por outras partes do país, incluindo Teerão.
O Irão exige que as mulheres usem o lenço de cabeça de uma forma que cubra completamente o seu cabelo quando em público.
C/ Globo.com e Euronwes.pt