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Militares portugueses detidos por suspeita de tráfico de diamante, ouro e drogas em missões da ONU

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A Polícia Judiciária de Portugal deteve esta segunda-feira 10 elementos ligados ao Exército e faz buscas em todo o país por suspeitas de tráfico de ouro e diamantes em missões militares internacionais. A imprensa portuguesa revela que é a maior operação da Polícia Judiciária este ano.

Segundo a TVI24, participam nesta megaoperação da PJ mais de 200 inspectores em mais de 100 buscas em todo Portugal. Cumpre mandados de detenção para militares, comandos e ex-comandos suspeitos de terem criado uma associação criminosa a envolver as missões portuguesas da ONU, na República Centro Africana (RCA).

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Suspeita-se de tráfico de diamantes, ouro e droga, transportados da República Centro Africana para a Europa em aviões militares. Também sob investigação está um alegado esquema de branqueamento de capitais, através da compra de bitcoins. A investigação é da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e está a ser liderada pelo juiz Carlos Alexandre.

De acordo com esta estação televisiva, sob investigação estão, por exemplo, o regimento de Comandos, no quartel da Carregueira, que seria a base dos principais suspeitos do esquema, que duraria há vários anos.

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Os militares aproveitariam a não fiscalização da carga transportada por aviões militares para montarem este negócio ilícito. A partir de Portugal, os diamantes em bruto seriam depois transportados por via terrestre para Antuérpia e Bruxelas, na Bélgica, onde seriam vendidos por valores milionários. É daí que surge o segundo crime em causa: branqueamento de capitais, através de testes de ferro para a abertura de contas bancárias e da compra de bitcoins, uma moeda virtual. Segundo o Público, os militares chegavam a receber 50% do valor. A operação teve início em 2020.

Portugal tem integrado vários contingentes da ONU em operações de paz na RCA. Terá sido nesse contexto que os crimes de tráfico tiveram lugar. As suspeitas recaem sobre militares e ex-militares que estiveram nas missões naquele país, alguns dos quais são agora agentes da PSP ou da GNR. Além de Lisboa, há buscas no Porto, Bragança e Vila Real.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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