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Jordan x Kobe: os embates e a obsessão de Bryant em seguir os passos do ídolo

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Michael Jordan e Kobe Bryant, dois dos maiores e mais competitivos astros da história do basquete, voltaram ao centro das atenções do universo esportivo nesta segunda-feira, após a liberação de mais um episódio do documentário “The Last Dance”, da Netflix. Além da transformação de Jordan em ídolo global à época das Olimpíadas de Barcelona 1992, o episódio aborda também um encontro na quadra, além da relação do eterno camisa 23 dos Bulls com um então jovem Kobe Bryant, em 1998. Relembre os embates mais memoráveis entre os craques, a idolatria de Kobe por Michael, e sua obssessão em ser um “o próximo Jordan”.

Em 1997, Kobe mostrava seu cartão de visitas a Jordan

Do meio para o fim da década de 1990, havia um burburinho com força considerável no mundo da NBA: com o trono de “rei da liga” prestes a ficar vago por causa da iminente retirada de Michael Jordan, quem assumiria tal posto? Shaquille O’Neal? Tim Duncan? Allen Iverson? Vince Carter? Embora ainda um garoto de 19 anos em 1997, Kobe Bryant mostrou que queria essa honraria.

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Em seu segundo ano na liga, em dezembro daquele ano, Kobe travou um duelo de igual para igual com Michael Jordan. O Los Angeles Lakers visitava o Chicago Bulls numa partida amplamente divulgada. De um lado, Jordan fez 36 pontos em cima do time californiano. Do outro, Kobe respondeu com 33 pontos saindo do banco de reservas.

Embate no All-Star de 1998 com parceria firmada

Outro momento marcante entre Kobe Bryant e Michael Jordan foi um dos focos do episídio 5 do documentário “The Last Dance”, da Netflix. No All-Star Game de 1998, os jogadores estiveram frente a frente. Ainda no vestiário antes da partida começar, Jordan comentou com seus companheiros do time do Leste, que Kobe faria de tudo para “tomar conta do jogo”, sem esperar que o jogo chegasse até ele. Em quadra, foi o que Kobe tentou fazer, gritando “Eu pego o Mike!” quando na defesa.

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– Cresci assistindo Michael na TV e agora você tem a chance de ficar cara a cara com ele, você tem a chance de realmente ver, e meio que tocar e sentir. Forma, velocidade, agilidade, e era engraçado estar lá – disse Kobe no documentário.

O maior de todos os tempos acabaria conseguindo estragar os planos do jovem Kobe Bryant. Jordan foi eleito o MVP da partida, com 23 pontos, 8 assistências, 6 rebotes e 3 roubadas de bola. Kobe, então o mais jovem All-Star da história, saiu de quadra com 18 pontos e sua equipe derrotada.

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– Naquela época, Michael foi um mentor para mim. Tive uma dúvida sobre como arremessada de virada e fui perguntar a ele. Ele me deu uma resposta ótima, detalhada e arrematou, dizendo ‘se precisar de algo, me liga’. Tipo irmão mais velho – completou Kobe.

O All-Star Game de 1998 marcou o início de uma parceria entre os dois. Afinal, Kobe emulava o camisa 23, que por sua vez, reconhecia em Kobe um jogador que cultuava sua mentalidade vencedora. Durante o Lockout da temporada 1998-1999, Kobe entrou em contato com Jordan por um motivo simples: queria aprender a evoluir através dos conselhos de seu “guru”.

O jovem dos Lakers fez uma série de perguntas sobre como segurar jogadores maiores no jogo de costas para a cesta – como Latrell Sprewell, Mitch Richmond, Jimmy Jackson e Bryon Russell, todos mais fortes e mais físicos do que Kobe. Jordan deu dicas a Kobe sobre como afastar os jogadores, como empurrá-los para o lado fraco do ataque, como enganá-los, etc.

– Foram coisas fundamentais. Obviamente coisas que ele aprendeu na Carolina do Norte com Dean Smith (ex-treinador). Eu nunca tive isso. Falar com Michael Jordan foi como ter um conhecimento vindo do basquete universitário, só que no mais alto nível – disse Kobe em uma entrevista.

All-Star 2003: despedida de amigos

Em 2003, com 25 anos e vivendo o ápice da carreira, Kobe duelou pela última vez contra Jordan, então jogador do Washington Wizards e já quarentão. Segundo Bryant, o lendário camisa 23 do Chicago Bulls teria lhe feito um pedido enfático antes de a bola subir.

– Só porque esse é meu último All-Star Game, não é para pegar leve comigo. Quero que joguem como normalmente jogariam contra mim – disse Jordan.

Ao passo que Kobe retrucou.

– Perguntei ao Mike se ele realmente me conhecia por ter me pedido aquilo. Aí nós dois caímos no riso – relembrou Bryant em entrevista ao site norte-americano Yahoo Sports, em janeiro de 2016. Na vitória do Oeste sobre o Leste por 155 a 145, Jordan fez 20 pontos, enquanto Kobe o superou, com 22.

Duelo de gigantes: Kobe Bryant x Michael Jordan no All-Star Game de 2003

Quem mais se aproximou de Michael Jordan

Em termos de estatísticas, números e títulos, é consenso que Michael Jordan e Kobe Bryant não estão no mesmo patamar. Mas Kobe Bryant é constantemente apontado como o jogador que mais se aproximou e se assemelhou com Jordan no jeito de jogar, nos trejeitos e na obstinação pela vitória. Nem LeBron James, nem Dwyane Wade, nem Kevin Durant ou Derrick Rose conseguiram chegar tão perto de Jordan como Kobe chegou.

Na cerimônia de despedida de Kobe Bryant, no final de fevereiro, Michael Jordan não conseguiu conter a emoção e chorou copiosamente na hora de discursar sobre um dos maiores ídolos do esporte mundial. Jordan falou da relação de proximidade com Kobe, e fez questão de lembrar como o ex-Lakers era curioso, interessado e obstinado sobre tudo que cercava o basquete.

– Kobe deu tudo de si. Deixou tudo na quadra (longa pausa para aplausos). Kobe e eu éramos amigos muito próximos. Quando o conheci melhor, quis ser o melhor irmão mais velho possível. Quando Kobe Bryant morreu, um pedaço de mim morreu. Descanse em paz, meu irmão mais novo – disse Michael Jordan ao encerrar seu discurso.

C/Globo.com

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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