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Johnson&Johnson vai pagar 8,9 mil milhões  de dólares para encerrar processos por câncer sobre pó de talco 

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A Johnson & Johnson concordou em pagar 8,9 mil milhões de dólares para encerrar  definitivamente processos de câncer vinculados ao talco, entretanto retirado do mercado junto com outros produtos, incluindo o Shower to Shower. Para controlar a sua situação financeira, a empresa deverá entrar novamente com um pedido de falência de uma das suas unidades. A notícia que faz manchete hoje em quase toda a imprensa internacional revela ainda que acordo requer aprovação do tribunal. 

A maior empresa de produtos de saúde do mundo pretende liquidar mais de 60 mil ações judiciais em andamento e financiar um fundo fiduciário criado no Tribunal de Falências de Nova Jersey para responder a reivindicações futuras, disse a Johnson & Johnson em comunicado, deixando claro que o acordo não é uma admissão de culpa. Aliás, continua a insistir que o pó de talco “é seguro”.

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A LTL Management, divisão da Johnson&Jonhson poderia solicitar um novo pedido de falência para estabelecer as bases para o fundo, que define os termos para liquidar o litígio que se arrasta há uma década. Uma petição anterior, que não contemplava o acordo, foi indeferida em janeiro deste ano, depois de um tribunal de apelação concluir que a Johnson & Johnson estava fazendo mau uso do processo de falência para impedir os jurados de participar dos julgamentos e conceder indemnizações.

A Johnson & Johnson veio mostrar que quer um plano de reorganização para a LTL que limita todo o passivo do talco. “Resolver esse assunto por meio do plano de reorganização proposto é mais justo e mais eficiente, permitindo que os reclamantes sejam compensados em tempo hábil” disse Erik Haas, chefe mundial de litígios da empresa, em comunicado. O acordo será pago em 25 anos. 

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Se um número significativo de vitimas concordar em aderir ao acordo, a Johnson & Johnson será liberada das acusações de câncer vinculados aos seus talcos para bebés e outros produtos contaminados com amianto. Ao longo dos anos, os jurados se posicionaram contra a empresa em quase uma dúzia de acoes judiciais, incluindo uma apelação à Suprema Corte dos EUA, antes que a empresa fosse condenada a pagar US$ mil milhões a 20 mulheres em um caso que foi a julgamento em 2018.

Vestigios de Amianto

Mulheres e homens culparam o talco de 129 anos da Johnson& Johnson por causar câncer de ovário e mesotelioma, um câncer especificado à exposição ao amianto. As vitimas alegam que documentos internos da empresa que datam do inicio dos anos 1970 mostram trabalhadores alertando os gerentes sobre vestígios de amianto encontrados em frascos de talco de bebé. As vitimas afirmam que os executivos da empresa deveriam ter alertado os consumidores sobre os riscos à saúde dos talcos. 

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A Johnson & Johnson alega que estes processos representam uma ameaça financeira para a empresa, apesar da sua capitalização de mercado de mais de 478 mil milhões de dólares. Isto porque, afirma, os júris poderiam atingir a empresa com vereditos multimilionários que ameaçam a sua saude financeira. A empresa queixa-se ainda de danos de reputação relacionados com as descobertas do talco. 

C/Imprensa internacional

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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