Faleceu hoje Jorge Sampaio, antigo Presidente da República portuguesa, que, entre outras funções, foi presidente da Câmara de Lisboa, secretário-geral do PS e alto representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações. Atualmente, o décimo oitavo Chefe de Estado de Portugal presidia a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, através da qual, ainda recentemente, anunciara um reforço das bolsas de estudantes.
Sampaio, 81 anos, estava de férias com a família no Algarve quando foi internado no Hospital de Portimão com dificuldades respiratórias. Posteriormente, seria transportado, de helicóptero, para o Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, onde era habitualmente acompanhado e onde chegou às primeiras horas da manhã da sexta-feira da semana passada com problemas respiratórios.
Nascido em Lisboa, a 18 de setembro de 1939, Jorge Sampaio estudou nos liceus Passos Manuel e Pedro Nunes antes de se licenciar em Direito, na Universidade de Lisboa, em 1961. Nos primeiros anos de atividade profissional, trabalhou num escritório de advogados, especializado em registo de marcas e patentes, antes de a política entrar definitivamente na sua vida.
Nos protestos estudantis de 1962, em Lisboa, já assumia um papel de liderança como presidente da Associação de Estudantes, tendo depois seguido para a defesa de presos políticos. Fundador do Movimento de Ação Revolucionária (MAR), rapidamente se juntou ao movimento de católicos progressistas com quem, já depois do 25 de Abril de 1974, fundaria o Movimento da Esquerda Socialista (MES). Seguir-se-ia a Intervenção Socialista e, em março do ano seguinte, chegavam as primeiras responsabilidades governativas: secretário de Estado da Cooperação Externa, com Ernesto Melo Antunes como ministro dos Negócios Estrangeiros e Vasco Gonçalves a liderar o Governo. Em 1978, na companhia de nomes como João Cravinho, José Vera Jardim, José Manuel Galvão Teles e Nuno Portas, adere ao Partido Socialista.
Enquanto militante, o percurso seria histórico. Em 1979 estreava-se como deputado na bancada parlamentar que, já na segunda metade da década de 80, viria a liderar. Em 1989 chegaria a presidente da câmara de Lisboa com uma, então inédita, coligação entre PS e PCP e depois de derrotar Marcelo Rebelo de Sousa. Nesse ano, ainda assumiria a liderança do Partido Socialista, cargo que apenas manteria até 1992, ano da entrada em cena de António Guterres.
Chegou à Presidência da República em 1996 – derrotando Cavaco Silva –, e conseguindo um segundo mandato a partir de 2001, tendo dessa vez enfrentado Joaquim Ferreira do Amaral. Em Belém, esteve na independência de Timor Leste e na dissolução da Assembleia da República, quando Santana Lopes liderava o governo. Depois da saída da presidência, dedicou-se ao combate à tuberculose e, mais recentemente, à presidência da Plataforma Global para os Estudantes Sírios.
C/Msn.com