A campanha presidencial no Equador foi manchada com o assassinato esta quarta-feira do candidato Fernando Villavicencio com três tiros na cabeça. Posicionada no quinto lugar da corrida, a vítima foi atingida numa escola logo depois de sair de um comício na cidade de Quito, de acordo com as autoridades. As suspeitas do crime recaem sobre o crime organizado, mais precisamente sobre redes de narcotráfico que foram expostas por Villavicencio enquanto jornalista de investigação.
Segundo informações iniciais, três criminosos efetuaram disparos de metralhadoras. Nove pessoas ficaram feridas, sendo que, entre elas, uma candidata à Câmara de Deputados e dois policiais. Um dos suspeitos do crime foi morto durante uma troca de tiros com a polícia, segundo o Ministério Público do Equador. Acrescenta que seis pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento no caso.
No último vídeo em que Villavicencio é visto com vida ele aparece saindo do colégio onde ocorreu o comício cercado por policiais que o ajudam a entrar num automóvel. Antes de fechar a porta, ouvem-se disparos e gritos. Entretanto, a sede do partido Movimiento Construye, ao qual Villavicencio pertencia, foi atacada por homens armados, de acordo com um texto do grupo em uma rede social.
O cientista político Maurício Santora explica que o trabalho de Villavicencio como jornalista no Equator teve como foco denúncias envolvendo o narcotráfico e a corrupção da elite política do país: “Ele mexeu em interesses de muitos poderosos”.
Na disputa pela presidência, uma pesquisa de intenção de voto publicada na terça-feira (8) apontou que Villavicencio estava 5º lugar, segundo o jornal “El Universo”. A votação está marcada para o dia 20 de agosto.
C/Globo.com