O Prémio Nobel da Paz foi entregue esta sexta-feira a Narges Mohammadi, ativista dos direitos das mulheres e vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, organização não governamental liderada por Shirin Ebadi, ganhadora do Prémio Nobel da Paz em 2003.
Segundo o comité sueco, a escolha desta ativista iraniana, deveu-se “à sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade de todos”. Narges Mohammadi, de 51 anos, está atualmente presa no Irão. Foi condenada a mais de 30 anos de prisão e 154 chibatadas.
Mesmo privada da sua liberdade, Narges Mohammadi vem liderando a luta histórica das mulheres no Irã contra a opressão do regime, que começou após a morte da jovem Mahsa Amini, presa em 2022 por “uso incorreto” do véu islâmico obrigatório no país. Dois dias depois, sob custódia policial, Amini foi internada em estado grave, com lesões na cabeça, e morreu no hospital.
Mas a sua luta é mais antiga. Engenheira e colunista de jornais de vanguarda, é há mais de uma década uma das principais defensoras dos direitos das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã, um dos países que mais utiliza esse método de punição. Já foi presa seis vezes.
Em 2022, o Nobel da Paz foi atribuído a Ales Bialiatski, da Bielorrússia, e às organizações de defesa dos direitos humanos Memorial, da Rússia, e Centro de Liberdades Civis, da Ucrânia.
C/Agências