Pub.
Mundo

Aniversário do massacre em Tiananmen: Human Watch insta China a assumir responsabilidades

Pub.

A organização não-governamental Human Rights Watch instou esta sexta-feira o Governo chinês a assumir a responsabilidade pelo massacre de um número incontável de manifestantes pró-democracia em junho de 1989. “Trinta anos após o massacre de Tiananmen, as autoridades chinesas não reconheceram a atrocidade ou forneceram justiça para as vítimas e as suas famílias”, alertou Yaqiu Wang, investigador da Human Rights Watch (HRW), num comunicado publicado esta sexta. Esta ONG considerou que “as autoridades devem cessar todo o assédio de ativistas e familiares de vítimas para comemorar a ocasião”.

“O encobrimento de Tiananmen e o aumento da repressão em toda a China alimentaram a determinação dos ativistas de lutar pelos direitos humanos”, salientou Wang. O massacre de Tiananmen continua a ser um dos assuntos mais censurados da Internet chinesa.

Publicidade

Segundo a HRW, o Governo “nunca aceitou a responsabilidade pelo massacre ou deteve quaisquer funcionários legalmente responsáveis pelos assassínios”. Esta ONG referiu ainda que o Governo “não está disposto a conduzir uma investigação sobre o acontecimento ou divulgar dados” sobre aqueles que foram mortos, feridos, presos ou que desapareceram.

A organização não-governamental Tiananmen Mothers estabeleceu os detalhes de 202 pessoas que foram mortas durante a repressão do movimento em Pequim e outras cidades.

Publicidade

A HRW instou o Governo do Presidente chinês, Xi Jinping, a assinalar o 30.º aniversário de 04 de junho de 1989, abordando as violações de direitos humanos relativas ao acontecimento. “O Presidente Xi Jinping deve reconhecer (…) que as exigências por responsabilidade e direitos humanos permanecem fortes”, argumentou Yaqiu Wang.

Entre 15 de abril e 4 de junho de 1989, estudantes e jovens intelectuais chineses usaram a Praça Tiananmen como palco de contestação ao governo, que consideravam demasiado repressivo e corrupto.

Publicidade

Os protestos terminaram a 4 de junho de 1989, depois de os líderes do Partido Comunista da China terem ordenado aos militares que retomassem a Praça Tiananmen.

China adotou “política correta”

O ministro da Defesa chinês diz que “este incidente foi uma turbulência política e o Governo central tomou medidas para acabar com essa turbulência, o que foi a política correta”. “Este incidente foi uma turbulência política e o Governo central tomou medidas para acabar com essa turbulência, o que foi a política correta”, disse o general Wei Fenghe durante um discurso num fórum de segurança em Singapura.

Perante uma plateia que integrava ministros da Defesa, altos militares e especialistas, o general Wei perguntou por que razão a comunidade internacional mantém a afirmação de que a China “não lidou com o incidente adequadamente”. “Estes 30 anos provaram que a China viveu grandes mudanças”, disse ele, acrescentando que, graças à ação do governo, “a China desfrutou de estabilidade e desenvolvimento.”

O protesto ficou célebre no mundo pela coragem de um manifestante em enfrentar uma coluna de tanques de guerra.

C/Observador.pt

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo