Pub.
Pub.
CarnavalEscolha do Editor

Samba Tropical faz desfile opulento e com som em todas as alas

A Escola de Samba Tropical fez um desfile grandioso e, pela primeira vez, se viu o grupo como um todo, cantando e dançando da primeira até a última ala. Esta dinâmica foi possível por causa da instalação do equipamento de som que cobre quase todo o percurso. E funcionou na perfeição, apesar de não ter sido testado por falta de tempo. “A instalação do equipamento de som trouxe uma grande mais-valia ao Carnaval de São Vicente. E percebe-se isso sobretudo aqui na última ala. Quem torceu contra agora tem de aplaudir”, constatava o presidente do Samba, na Rua de Lisboa.

Samba Tropical foi um grupo compacto, desde a comissão de frente à última ala, com estas a dialogarem entre si, tanto nas cores como nas coreografias. O azul e prata dominaram os figurinos dos foliões, quebrados apenas com as cores mais fortes das muitas figuras de destaques. Porque contava a estória tradicional do boi-Blimundo, que era grande, forte e amante da vida e da liberdade, este esteve representado em pontos estratégicos do desfile: na comissão de frente no trapiche, no carro alegórico e nos figurinos dos foliões.

Publicidade

A “velha-guarda” , que tradicionalmente apresenta-se com trajes luxuosos, navegou no conto e foi que contou a estória. Colocada estrategicamente atrás da Comissão de Frente, que mostrava a força do boi Blimundo arrastando o trapiche, trazia como únicos adereços o livro do conto e lampiões. Pela primeira vez, e como exigência da estória, o grupo trouxe uma ala infantil, já que o blimundo só se deixou capturar por um menino. O restante deste conto é narrado nas alas que se seguiam de forma estilizada.

E a alegria dos figurantes era contagiante, não só por estarem a retratar este conto tradicional de Cabo Verde, como pelo desfile perfeito feito pelo grupo. “Desde 2004 que desfilo com o Samba Tropical. Estou no meu mundo. O carnaval é a minha festa preferida e o Samba é o meu grupo do coração. A noite de segunda-feira é especial. Tenho um feeling natural. Gosto de cantar e dançar e, desta vez, felizmente, estamos a conseguir acompanhar os interpretes deste samba, que é maravilhoso. E estamos muito bonitos. Foi um desfile perfeito”, comemorava Nilza Lopes da Silva, que desfilava na Ala do Girassol.

Publicidade

Satisfação também da artesã Fatú, que fazia o seu terceiro desfile consecutivo com o Samba, mas o primeiro com uma ala própria em parceria com a também artesã Leila Oliveira. “Estou muito satisfeita. Há três anos que estou aqui com o Samba. Fiz um primeiro desfile, gostei e nunca mais parei. E, se houver vida e saúde espero estar aqui todos os anos, sobretudo agora que ousei e criei uma ala própria, junto com a minha amiga. Estamos muito bonitas”, afirmava.

Desfile Nota 10

Publicidade

Para o presidente da Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente foi um desfile nota 10. Mais feliz estava ainda porque os equipamentos de som funcionaram. “É a primeira vez que fazemos um desfile com esta qualidade de som. Não é uma conquista da Ligoc e nem da Câmara de S.Vicente. Foram os sãovicentinos que pediram. Este som permite um maior envolvimento dos figurantes, que cantam e dançam e do público. Sentem-se mais estimulados. Ouvimos a batucada claramente. Repito, o som foi um ganho enorme e trouxe uma outra dinâmica para o Carnaval de São Vicente. Vamos continuar a trabalhar para melhorar. No próximo ano esperamos apresentar um som que cobre todo o percurso do desfile”.

Sobre o desfile do Samba Tropical, Marco Bento, que optou por o ver de fora – é figura carimbada do grupo – resume-o em uma palavra: magistral.

Já o presidente do grupo, David Leite era um homem realizado no final do desfile. “Conseguimos fazer aquilo que propusemos e acho que tudo correu bem. É uma emoção muito grande saber que conseguimos. E o som foi uma enorme mais valia. Por causa disso, este ano decidi me posicionar no final do cortejo é aqui que percebemos a importância do som. Antes estas alas eram as mais tristes e os figurantes reclamavam porque desfilavam sem música. Quem torceu contra agora vai ter de aplaudir”, finalizava.

Constânça de Pina

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

2 Comentários

  1. Na Rua Machado onde me encontrava o som chegava quase perfeito mesmo antes do grupo aparecer na curva do Palacio, mas era somente do triu eletrico, a batucada não chegava as colunas de som. Infelizmente isso diminuía a emoção.Tivemos que esperar a batucada a aproximar para sentirmos a vibração. Depois que passou o triu as colunas ja não transmitiam o som do mesmo, principalmente quando o triu e a bateria desceram a rua de Siryos, o fim do grupo ficou quase que sem som. Se resolvido este problema vai ficar ainda mais expetacular do que ja estava. Enfim, que Samba mas bunito…Lindo de esmair largod.

  2. Dseculpem me mas este é o mal e desrrespeito oas criadores vocês não mencionram em nem uma parte desta reportam o nome de quem criou esta maravilha que fez o povo de Mindelo sentir orgulho de ser Caboverdiano . Esqueram (Eurico Ramos Déx) agradeço a vossa falta de respeito muito obrigado Mindel insite

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo