A Liga Independente dos Grupos Oficias do Carnaval de São Vicente (Ligoc-SV) definiu esta sexta-feira à noite, na Praça Dom Luis, a ordem do desfile dos grupos oficiais que se apresentarão na terça-feira, 13 de fevereiro nas “sete ruas de morada”: Estrela do Mar (19h), Flores do Mindelo (19h30), Monte Sossego (20h) e Cruzeiros do Norte (20h30). O presidente da Ligoc-SV, Marco Bento, destacou a importância deste sorteio para o público ficar a conhecer o horário e a ordem de saída dos grupos e prometeu ainda mais surpresas para o Carnaval 2024.
“Este sorteio é muito importante e acredito que tivemos aqui um bom espetáculo aberto ao público, e vamos continuar a fazê-lo. Este ano vamos ter novidades, mas ainda não queremos divulgar porque são surpresas para o Carnaval. Quero adiantar apenas que vamos manter toda a infraestrutura que tivemos no ano passado, com os desfiles à noite e com luz artificial”, afirmou, lembrando que os desfiles de terça-feira serão antecedidos da noite da Escola de Samba Tropical, na segunda-feira.
O presidente da Ligoc-SV destacou ainda a melhoria e introdução de novos prémios individuais – Primeiro Cavalheiro e Melhor Carnavalesco -, fruto de um patrocínio de pessoas que acreditam no Carnaval de S. Vicente. “Todos os prémios individuais que vão ser atribuídos estão acima dos 100 mil escudos. É isso que queremos. Aliás, não é por acaso que denominado o nosso carnaval de ‘O maior espetáculo de Cabo Verde’. Vamos continuar a ganhar mais impulso e a atrair mais investidores.”
A nível da propagação sonora, que ainda regista cortes durante os desfiles, o presidente da Ligoc promete melhorias. Desde logo, Bento explica que a instalação vai ser mais cedo por forma a corrigir possíveis falhas. “É um som que vem através de rádio, instalados nos carros alegóricos, mas estamos a trabalhar para limitar as interferências”, indicou, detalhando que todos grupos já estão nos estaleiros a trabalhar e já receberam as verbas públicas – MCIC e CMSV – agora estão a procura de outros patrocínios.
Grupos sob pressão do tempo
Antes do sorteio, cada um dos cinco grupos teve dez minutos para apresentar o seu samba-enredo, figuras de destaque e direcção. O primeiro foi a Escola de Samba Tropical, que este ano traz o tema “A humanidade e o Tempo”, da jovem Karine Rocha. A Rainha de bateria é Jéssica Lopes, o Mestre-sala Rafael Leite e a Porta-bandeira, Leila Leite. Pretende envolver 1.100 figurantes, distribuídos por 17 alas. “Vamos trazer aquela amizade de sempre e fazer o melhor que conseguirmos. Empenhar todo o nosso esforço e talento para não defraudar o Carnaval de S. Vicente, independentemente de estarmos com pouco tempo e poucos recursos. Este é um Carnaval atípico”, garantiu David Leite.
Seguiu-se o Estrela do Mar, grupo que protagonizou uma ‘revolução interna’ e se posiciona para ser campeão, segundo o seu presidente. “Prometemos um Estrela diferente dos anos anteriores. Vamos ter muitas surpresas e muito glamour nestes 50 anos do grupo”, afirmou Júlio do Rosário. O grupo aposta no samba-enredo “EDM, Je t’aime”, do carnavalesco Emanuel Ribeiro, e tem como principais destaques a rainha de bateria Mila Diogo, mestre-sala Ske Évora e porta-bandeira Mirna Chantre.
O grupo Flores do Mindelo, que entra na avenida em terceiro lugar, reafirmou a sua aposta em fazer um bom Carnaval, inspirando a sua história no jogo do baralho, ou melhor, “O baralho – os jogos são só do baralho?”, numa homenagem ao ex-árbitro Djim Bomber. “Vamos trazer muitas surpresas. Os trabalhos decorrem na normalidade, apesar de estarmos um bocadinho apertados pelo tempo.”, afirmou o vice-presidente Nelson Soares. Mesmo assim, o grupo promete três carros alegóricos, aposta na rainha de bateria Leidy Silveira, na porta-bandeira Ineida Fortes e no mestre-sala Rivan Fortes.
Da zona Norte de São Vicente veio o Cruzeiros, com o enredo “Dona Matemática Governa o Mundo e Rebola no Carnaval”, de Fernando “Noya” Morais. O grupo pretende trazer três carros alegóricos e muitas surpresas. No palco da Praça Dom Luis, o espetáculo do Cruzeiro ficou por conta da porta-bandeira Laurinda Crisóstomo, do mestre-sala Valdir “Cavera” Gomes, da rainha de bateria Andrea “Brodjinha” Gomes e das passistas. A aposta, de acordo com Jailson Juff, é fazer um bom trabalho e dar ao povo um grande espetáculo. “Estamos a trabalhar duro para conseguir alcançar o nível que almejamos. Não está fácil, mas prometemos dar o nosso máximo”,afirmou.
A atual campeã em título, Monte Sossego, subiu ao palco por último e de índio, uma forma de acarinha São Vicente, da mesma forma que retribui para todo Cabo Verde. Com o tema Genetica.cv dos carnavalescos João e Valdir Brito, o grupo faz um mergulho na história e identidade do cabo-verdiano. Pretende desfilar com 1500 foliões e 140 ritmistas. A rainha de bateria é Wendy Freitas, a porta-bandeira Katia Ferreira, o mestre-sala Fabricio Cardoso e música de Constantino Cardoso. “O ofício de fazer carnaval é uma tarefa difícil, empreendido por todos os grupos. É um esforço titânico e nós estamos aqui dando a nossa módica contribuição. Acho que é mais do que nossa obrigação, pelo percurso e pela dinâmica que temos trazido. O contributo que damos ao carnaval nos dá a legitimidade de querer defender o título, com respeito à todas as agremiações”, declarou António ‘Patcha’ Duarte.
