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Ministro A. Vicente considera uma “má política pública” distribuir motores, barcos e dar milhares de contos a fundo perdido

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O ministro Abraão Vicente afirmou ontem na cidade do Mindelo que distribuir motores, barcos e dar apoios de milhares de contos a fundo perdido a empresas armadoras é uma má política pública. Para o governante, isto significa que os cabo-verdianos é que acabam por pagar o custo de funcionamento dos privados e que depois não devolvem o dinheiro disponibilizado pelo Estado para que este consiga ajudar outros empresários mais necessitados.

O ministro do Mar assumiu esse posicionamento na sequência da apresentação aos armadores e operadores económicos da linha de crédito no valor de 300 mil contos, destinado basicamente à reparação ou compra de material logístico para a pesca semi-industrial. Cada armador pode apresentar projectos no montante máximo de 20 mil contos e o Fundo Autónomo de Apoio às Pescas entra com 20 por cento a fundo perdido, ou seja, 4 milhões de escudos. Este engajamento do Estado, diz, é para despertar um outro tratamento dos bancos em relação a este segmento produtivo da economia nacional. É que, no entender de Abraão Vicente, apesar de haver um bom nicho de armadores nacionais formalizados, e cujas empresas têm equilíbrio financeiro, a banca ainda não tem revelado a devida confiança.

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“Creio que esta linha de retoma é uma oportunidade para que os bancos nacionais compreendam e conheçam melhor o sector das pescas e a situação das empresas para que possam contribuir de forma mais pujante e o futuro dos armadores passe a depender mais da banca e menos do Governo”, expõe o governante, para quem, ocorrendo isso, o Estado poderá libertar fundos para as empresas mais necessitadas. Mas, mesmo estas, prossegue, precisam compreender que ser empresário hoje em dia implica recorrer ao crédito bancário. “Recorrer à dívida é uma oportunidade de negócio.”

Segundo Abraão Vicente, o sector das pescas tem tido no fundo autónomo um meio de financiamento a fundo perdido dos projectos. Deixou claro, no entanto, que já não há dinheiro grátis no mercado. Aliás, acrescenta, tem sido cada dia mais difícil mobilizar recursos mesmo junto dos parceiros clássicos de Cabo Verde. Isto significa, a seu ver, que as verbas devem ser usadas da melhor forma e que sejam criados mecanismos para a reprodução do dinheiro depositado nesse fundo que, aliás, terá um novo estatuto aprovado em breve.

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Na perspectiva de A. Vicente, deve haver uma transição mais célere da pesca artesanal para a semi-industrial, fazer com o recurso pesqueiro existente no mar possa dar um contributo mais pujante para o crescimento da economia nacional.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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