A empresa de construção naval Lusonave prepara-se para lançar ao mar um novo barco. A unidade, que é propriedade da empresa Agripesca, faz parte de uma nova gama de embarcações de 10 metros que está a ser construída por esta empresa mindelense. A novidade é que este barco, segundo Manuel Fernandes, sócio-gerente da Lusonave, dispõe de uma linha hidrodinâmica que lhe garante alto grau de segurança e estabilidade no mar.
É graças a esta ousadia, aliada a muita criatividade, que esta empresa, que soma 23 anos de experiência e tem a sua base em São Vicente, consegue ser a única sobrevivente neste sector, que já foi pujante, particularmente nesta ilha. Mas, para isso, a Lusonave teve de se adaptar às exigências do mercado e alargar o seu campo de acção. “Somos uma empresa especializada em construção de barcos de diferentes dimensões em poliéster reforçado, vulgarmente conhecida como ´fibra de vidro`. É neste domínio que a Lusonave tem alargado as suas actividades para satisfazer as carências no sector da construção civil, impermeabilizando cisternas de grandes dimensões, piscinas e reservatórios de água”, explica Manuel Fernandes.
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Relativamente ao barco que vai ser lançado ao mar, este empresário informa que tem 10 metros de cumprimento e dispõe de linhas hidrodinâmicas, que lhe conferem um alto grau de segurança e estabilidade na água. Até este momento, a empresa já construiu mais de 20 unidades e, segundo Fernandes, nunca a empresa recebeu reclamações dos seus clientes. “Não há nenhum armador que coloca a estabilidade dos barcos construídos pela Lusonave em causa. É por isso que, passados mais de 23 anos da nossa existência enquanto empresa construtora naval, ainda somos solicitados para substituir os botes de boca aberta”, pontua.
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Apesar do conhecimento técnico acumulado ao longo destas mais de duas décadas de actividade, e da satisfação dos armadores de pesca, Manuel Fernandes lamenta a falta de uma política clara e concisa que promova esta indústria. “Infelizmente, não tem havido uma política clara que promova esta indústria, evitando que esta desapareça e possa mandar para o desemprego os poucos técnicos que ainda laboram neste sector”, desabafa.
Independentemente destas dificuldades, este empresário mindelense garante que a Lusonave continua a apostar forte neste sector, sendo que o seu próximo plano será a construção de uma gama de barcos de 15 metros. Para a sua concretização, foi enviada a Portugal e Espanha uma equipa técnica para negociar as condições de implementação do projecto. Caso para se dizer que se prevê “bons ventos” lá para os lados da Lusonave.
Constânça de Pina