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Jovem pasteleiro marca diferença com bolos artísticos e com sabor

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O jovem pasteleiro Nelito Fonseca Mota, natural de Ribeira Grande em Santo Antão mas a residir em São Vicente desde criança, está a fazer sucesso com os seus bolos artísticos, incrivelmente realístico e com muito sabor. Todo o trabalho é feito na cozinha da sua casa, mas Nelito sonha em ter um espaço próprio e funcionários para o ajudar no seu trabalho e libertar para deixar fluir ainda mais a sua criatividade.

Aos 29 anos,Nelito conta que é fascinado pela pastelaria desde sempre, uma área que está agora a empreender, mas que começou a admirar e a explorar desde criança. “Comecei a gostar de pastelaria tinha os meus 8/9 anos. A minha mãe fazia bolos em casa, mas não tinha paciência para esperar que arrefecessem antes de colocar no prato. Muitas vezes, porque os bolos eram muito fofos, abriam algumas fendas e ela ficava chateada. Eu decorava então os bolos para esconder as imperfeições”, relata.

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Bolo bolsa Luis Viutton

Na adolescência, prossegue o jovem, concentrou nos estudos, mas nunca esqueceu os bolos, tanto assim que dizia para a sua mãe que não pretendia seguir para universidade. Foi assim que, mal conclui os estudos, foi trabalhar no ramo da restauração. Começou no atendimento às mesas e, em casa, fazia bolos para oferecer aos amigos e conhecidos. “Os meus amigos ficavam admirados com os meus bolos. Incentivados por eles, acabei por abandonar a restauração e a dedicar em exclusivo aos bolos.”

A cerca de três anos que se dedica em exclusivo a fazer bolos para aniversários, festas, baptizados e casamento. Os contactos são feitos através das redes sociais, telefone e também no ‘boca a boca’ entre amigos. “As vezes sou contratado para fazer uma festa completa. Conto com duas funcionarias, uma me ajuda nas compras e outra a fazer os trabalhos menores porque fazer bolos artísticos exige paciência e muito tempo.”

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Clientela fixa

Satisfeito, Nelito diz que tem uma clientela fixa. As pessoas gostam do seu trabalho e voltam com novas encomendas. Também nunca teve uma reclamação. “Graças a Deus tenho pedidos todos os dias. A minha satisfação é oferecer um bolo com qualidade, muito sabor e uma boa decoração. As minhas receitas são exclusivas, ou seja, nunca sigo os livros. Coloco o meu toque pessoal na massa, no recheio e na cobertura”, pontua, realçando que o segredo está na qualidade da matéria-prima, na criatividade e na arte. 

Para isso, boa parte da matéria-prima que utiliza é importada directamente dos Estados Unidos e França.“Dificilmente conseguimos encontrar os produtos necessários aqui em S. Vicente. Por isso, faço as minhas encomendas no exterior. São um bocadinho mais caros, mas o resultado final compensa”. Ainda assim, Nelito garante que os seus preços são acessíveis e adaptáveis aos bolsos dos seus clientes. 

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“Tento atender os desejos das pessoas. Algumas enviam as suas ideias ou desenhos, que adapto com as minhas. Acaba por ficar um trabalho bonito e saboroso. Também adapto o meu trabalho aos seus meios. Muitas pessoas as vezes ficam com receio de me pedir um bolo porque dizem que não vão conseguir pagar. Não é verdade. Tento praticar preços acessíveis para que todas as pessoas tenham aquilo que realmente querem.”

Expandir

Nesta altura, o sonho maior de Nelito é expandir, ter o seu espaço próprio e contratar mais funcionais para o ajudar. Experiência, diz, tem de sobra, até para evitar os erros vivenciados. Trabalhou 10 anos na restauração e aprendeu muitas coisas boas e outras nem tanto, como por exemplo, o pouco reconhecimento do esforço dos pasteleiros. “No dia em que tiver o meu espaço, espero relacionar com os meus funcionários como uma família, onde impera a camaradagem, a ajuda mútua e o respeito. Não quero nunca repetir os erros com patrões a posar de chefes irascíveis”, desabafa. 

Enquanto isso, Nelito pretende continuar a trabalhar com meios próprios – nunca recorreu à empréstimos bancários ou outros – , a partir da cozinha da sua casa. E, devagar mas seguro, ir concretizando os seus sonhos.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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