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Economia

CV Inter-ilhas assume transporte de passageiros e carga, em regime de exclusividade, por 20 anos

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A Cabo Verde Inter-ilhas, empresa constituída pela Transinsular (51% do capital) e por armadores nacionais (49%), tem a exclusividade do mercado de transporte marítimo de passageiros e carga no arquipélago por um período 20 anos. Esta é uma das informações constantes da minuta do contrato de concessão publicada pelo Governo no Boletim Oficial.

A concessão integra as linhas que servem as ilhas de Santiago, Fogo, Brava, Maio, São Nicolau, Sal, Boa Vista, Santo Antão e São Vicente.  Este serviço será prestado por uma frota de cinco navios de bandeira cabo-verdiana, mistos de passageiros e carga, com idade igual ou inferior a 15 anos, para que seja assegurado o transporte em condições de qualidade, regularidade, continuidade, eficiência e segurança, lê-se na Resolução.

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O contrato reza, por exemplo, que a CV Inter-ilhas terá “prestar o serviço público de transporte marítimo nas linhas inter-ilhas objecto deste contrato de o com segurança e com os níveis de qualidade, assegurando a sua disponibilidade, regularidade e continuidade, garantindo as condições de fiabilidade, de operacionalidade e de segurança das embarcações ao longo do período da vigência da concessão”. Terá ainda de “garantir a universalidade da prestação de serviços a que se obriga por força deste contrato, desde que quem a solicite satisfação os requisitos exigíveis pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis.”

Em troca, tem direito a cobrar os serviços prestados com as tarifas aprovadas pela entidade reguladora, receber pontualmente a eventual indemnização compensatória a ser paga pelo Estado pela prestação do serviço público de transporte marítimo inter-ilhas de acordo com as regras definidas e utilizar, nos termos da lei e do contrato, os bens do domínio público necessário ao desenvolvimento das actividades concedidas.

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No entanto, cabe ao Governo estabelecer as tarifas máximas pela utilização do serviço, fiscalizar o exercício da concessão, exigir a partilha equitativa dos benefícios financeiros, incluir na concessão qualquer carreira existente ou futura e, ainda, sequestrar, resgatar ou resolver esta concessão por incumprimento da concessionária. Mas a CV Inter-ilhas terá de pagar ao Governo uma renda anual de 50% do valor dos resultados líquidos.

Constânça de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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4 Comentários

  1. Gostava eu de ver os Barcos que a Transinsular Expresso irá colocar aqui em CaboVerde para ligação e desencravação das nos 9 Ilhas…

  2. O Estado subsidia para, primeiro, equilibrar a exploração; depois, para garantir o lucro suficiente para remunerar os capitais investidos pelos accionistas; e depois, para o próprio Estado receber parte do lucro, como renda da concessão. Ou seja, é Estado que vai subsidiar a renda a pagar ao Estado, pela concessão.
    Está visto que não se espera garantir tudo isso com o aumento das tarifas. Por isso o Governo quer ter a última palavra a dizer, na fixação das tarifas. Parece que a experiência da Cabo Verde Fast Ferry não serviu de nada.

  3. Com o contrato de privatizacao dos transportes maritimos (por decisao do governo na sua proposta de contrato, talvez por achar que sera melhor para o pais no seu todo), o n° de viagens S.Vicente – Santo Antao passa de 39 viagens semanais (78 ida e volta), para 22 viagens semanais. Diminui para quase metade.

    Ainda ninguem teve a ideia de parar um bocadinho para fazer essa conta?

    O governo poderia dizer alguma coisa sobre mais essa nova medida que, somada a outras do genero, um dia vai acabar por matar a aconomia do norte do país?

    Isso nao lembra a reidicao do tratamento (descaso total para com os evidentes prejuizos dali decorrentes) dado ao norte do pais com a privatizacao de outro tipo de transportes (os aereos) ???

    De medidinha em medidinha isolada e aparentemente inofensiva como estas, o norte vai ficando cada dia mais encurralado, mais lixado, mais p’ra trás, menos competitivo, e as pessoas, principalmente os decisores politicos, parece que olham para tudo isso de animo leve e com a consciencia tranquila e arrepiantemente fria.

  4. Espero que não venham a agir como a Binter.
    Prometeu muito e quando apanhousse sozinha,é o que vemos.
    Prejudica o cidadão caboverdiano.
    É do ver excesso de peso no verão nem a pagar

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