Pub.
EconomiaEscolha do Editor

Coroas fúnebres puxam e dinamizam pequeno negócio de flores artificiais em SV

Pub.

A perda de um familiar levou Helena Andrade a uma casa funerária em São Vicente, mas o preço elevado de uma coroa deixou esta artesã de queixo caído. Inconformada, sobretudo porque há anos produz flores artificiais em decoração, baptizados e casamentos, esta mulher decidiu arriscar fazer uma coroa fúnebre, revivendo assim uma memória de menina. De quebra, esperava baixar o preço das coroas fúnebres para torna-las mais acessível.

“Fiquei destroçada quando me informaram o preço de uma coroa de flores. De imediato, questionei como uma pessoa pobre poderia fazer um funeral digno para um familiar. Decidi então aproveitar os meus conhecimentos para fazer coroas de flores de tecido. Deu muito certo”, confessa Helena Andrade.

Publicidade

Entusiasmada com o feito, esta artesã, residente e com negócio em sua casa em Cruz João Évora, conta que procurou as agências funerárias de São Vicente e ofereceu o seu produto a um preço “muito competitivo” em comparação com os importados. Hoje é fornecedora das agências em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau.

Colaboradoras

Também vende no seu atelier para pessoas que ficam a conhecer o seu trabalho através de outras. “Nunca fizemos publicidade, mas a demanda tem vindo a aumentar. Por conta disso, transformamos a nossa produção informal em empresa. Neste momento a D´Coraçom e Artes Plásticas emprega quatro colaboradoras para que a nossa produção seja viável. Mas penso que ainda há espaço para crescer e estamos a cumprir o objectivo de reduzir o preço.”

Publicidade
Bouquet de noiva

Apesar de reconhecer que a produção de coroa de flores é hoje o “carro-chefe” da empresa, Helena Andrade garante que ainda faz decoração para casamentos – bouquets de noivas e damas, cestas de alianças e flores para penteados – e  baptizados, caixas de joias em forma de bonecas, cestos para produtos de bebés, de entre muitos outros.

“Aprendi a fazer flores artificiais de tecido na casa da Dona Maria Amélia Soares, que era uma eximia artesã. Depois dos meus 17 anos, comecei a fazer minhas próprias produções. Também ensinei ao meu marido, que sempre me acompanhou e incentivou. Adaptamos e melhoramos algumas técnicas e criamos outras. Hoje orgulho em dizer que fazemos flores para todas as etapas da vida das pessoas.”

Publicidade
Cestos decorativos para produtos de bebés

Todo o material utilizado – tecidos, ferros e arcos – é adquirido no mercado local e Helena Andrade mostra-se confiante na continuidade deste negócio, tendo em conta que, afirma, conta com colaboradoras empenhas. Mas o seu grande parceiro e incentivador é, sem sombras de dúvidas, o marido.

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo