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Multado por “esquecer” máscara e preso por desacato

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Fernando Monteiro, mais conhecido por Nando d´nhe Domingas, foi multado e preso por agentes da Polícia Nacional por estar na via pública sem máscara. Em declarações ao Mindelinsite, Nando conta que, de facto, estava sem este equipamento de protecção por “esquecimento”, mas também por estar perto de casa. Mas quando foi atender o chamado da PN já estava protegido, mesmo assim pediu desculpas aos agentes, que não perdoaram. “Fui multado no valor de 1.500 escudos. Senti-me como se fosse um bandido. Por isso, rasguei a multa e fui preso”, revela.

Segundo Nando, estava na casa da mãe, que mora a menos de 100 metros do mercado da Ribeirinha, quando esta pediu-lhe para ir comprar algumas mangas. “Foi instintivo. Saí de casa da minha mãe sem máscara, o que não é-me habitual. Quando cheguei ao mercado, percebi o meu descuido e pedi uma máscara a um familiar. De imediato, fui chamado pela PN, que percebeu que estava sem o equipamento. Coloquei a máscara e fui atender ao chamado. Pedi desculpas por meu lapso. Mesmo assim, os agentes aplicaram-me uma multa no valor de 1.500 escudos”, revela.

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Inconformado, este diz que afastou alguns passos e rasgou a coima. Mas os agentes perceberam o seu acto e foi de imediato transportado para a Esquadra do Mindelo. “Estive preso das 10 da manhã até por volta das 14h30. Fiquei muito triste porque não sou um bandido e também porque estavam outras pessoas no mercado sem máscaras. Tive que telefonar para um amigo para ir pagar a multa para poderem me soltar. E mesmo depois de pagar a coima, os agentes ainda me mantiveram detido por mais de 1 hora”, desabafa.

Para Nando d´nhe Domingas, a actuação dos agentes da Polícia Nacional, pelo menos no seu caso, foi excessiva porque é um trabalhador, é alguém conhecido e não tem por hábito faltar respeito para com as autoridades. “Senti-me deveras humilhado. O mais caricato é que voltei ao mercado ontem, sexta-feira, e havia muitas pessoas sem máscaras, na presença dos agentes da PN, e não foram multadas”, afirma este sapateiro, que diz estar conscientes da importância do uso de máscaras, mas não vê razão para a actuação abusiva das autoridades.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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