O CEO da Flag World e acionista do Hotel Foya Branca diz estar preocupado e triste com aquilo que está a assistir e que considera ser um “claro desastre ecológico” com uma construção na praia de São Pedro, em São Vicente. Para Luís Rool, não estão a ser respeitadas as regras basicas ambientais, nem a lei referente aos distanciamentos de construção da orla marítima, que é de, no mínimo oitenta metros.
Em uma nota, este responsável critica directamente a construção de um beach clube recentemente noticiado pela imprensa local, enquadrado no empreendimento São Pedro Hills – Resort Residencial e Spa, que está a nascer na zona de Santo André. São oito moradias de luxo, com acabamentos integrados na paisagem existente, com vista sobre a Baía de São Pedro, lê-se na página da construtora Armando Cunha.
Mas, para Luís Rool, Ceo da Flag World Group, as obras não respeitam as regras básicas ambientais, nem a lei referente aos distanciamentos de construção na orla marítimo (mínimo 80 metros) como o conceito de construção amovível. “A praia de São Pedro claramente era uma praia que guardava a sua beleza natural até protegida, e com tristeza que vejo o início de um claro assalto à natureza tão bem preservada até hoje”, desabafa este investidor.
“Hoje quando o mundo inteiro se debate com os problemas ecológicos onde falamos de salvaguardar espécies, faunas assistimos a este tipo de assassinato da natureza”, acrescenta, juntando a esta denuncia um conjunto de fotos para sustentar esta sua preocupação e alertando para a necessidade de denunciar para garantir que não se continue a destruir a natureza e a comprometer gerações futuras.
A obra foi anunciada em 2017 pelo então ministro da Economia, José Gonçalves, mas só agora saiu do papel. Em entrevista recente ao jornal Notícias do Norte, o Ministro do Mar terá declarado que a obra “está em conformidade relativamente à licença de construção.” “No caso em apreço, ao promotor de um empreendimento na ZDTI de São Pedro foi concessionada uma área na Praia de São Pedro para a construção de um apoio de praia, estando este munido de todos os documentos e autorizações legalmente exigíveis,” refere o parecer do Gabinete de Concessões do MM.
A tutela esclarece ainda que o apoio em construção na praia de São Pedro foi fiscalizado pela entidade competente e que contém na sua base estruturas de betão amovíveis que servem apenas para que a estrutura final não assente diretamente na areia, preservando a mesma. “Ademais, sublinhamos que o Ministério do Mar partilha da preocupação com o meio ambiente, cumprindo rigorosamente a legislação em vigor, que exige que todos os projetos construídos nas áreas de domínio público marítimo do Estado sejam previamente analisados e aprovados pela autoridade ambiental”, conclui.