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Mindelense campeão nacional: Papalelê e Pibip “desmancham” defesa do Oásis Atlântico do Sal

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Foi um Mindelense dominador – perdulário no primeiro período, mas implacável na segunda parte – que derrotou o Oásis Atlântico do Sal por 3 bolas a 1 e conquistou esta tarde o título de campeão nacional, no lotado estádio Marcelo Leitão. O resultado podia até ser mais dilatado, se um chapéu de Papalelê ao guarda-redes Tchick não fosse devolvido pelo poste esquerdo, já nos minutos de desconto. Isto sem contar as duas oportunidades flagrantes que o melhor jogador do campeonato nacional falhou no primeiro tempo.

O Mindelense até que criou outros lances quase fatais na grande área adversária na primeira parte. No entanto, a primeira ameaça de golo partiu dos pés de Maniche, que desferiu um potente pontapé na marcação de um livre e obrigou Piduca a desviar a bola com as pontas dos dedos por cima do travessão.

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Outros momentos de emoção ficaram reservados para o segundo tempo. E logo no segundo minuto, Catxupa aproveita uma desatenção do central Calú à entrada da pequena área, rouba o esférico e, perante a saída de Piduca, pica a bola por entre as pernas do guarda-redes da equipa de S. Vicente. Um golo efusivamente festejado pelos milhares de adeptos salenses que, juntamente com os do Mindelense, “entupiram” as bancadas do renovado campo de futebol.

Este tento, em vez de desmoralizar o Mindelense, despertou o lado mais felino dos “leões” encarnados. Em sete minutos, Papalelê e Pibip deram a reviravolta ao marcador, com dois desvios de cabeça, e calaram os apoiantes do Oásis.

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A perder por uma margem tangencial, a formação salense tentou chegar à igualdade. Catxupa, sempre este antigo atleta do Mindelense, mostrava-se inconformado. Disparou mais um dos seus “roquetes” em direcção à baliza de Piduca, que fez uma defesa a dois tempos. E momentos depois esse avançado da equipa salense respondia a um cruzamento milimétrico, mas o cabeceamento saiu ao lado. O Oásis pressionava, mas as tentativas da equipa treinada por Lúcio Antunes encontraram sempre pelo caminho a barreira defensiva encarnada ou as mãos seguras de Piduca. E valeu de pouca coisa a Lúcio enviar instruções escritas aos seus atletas dentro do campo.

É que, no flanco direito, Papalelê continuava a fazer das suas. Com toques técnicos finos e precisos, ora imprimia velocidade nos lances, ora fazia passes e cruzamentos teleguiados. E foi ele, Papalelê, a tornar o sonho do Oásis uma miragem. No minuto 90, surgia do lado esquerdo a conduzir o esférico num lance dois contra dois, apoiado pelo lateral direito Larry. Este penetra-se para o meio da área, arrasta o defensor directo, Papalelê finge que vai fazer-lhe um passe, entra pelo canal do lado direito, ultrapassa o segundo defensor e faz um remate rasteiro cruzado. Foi o seu terceiro golo no campeonato nacional e o terceiro do Mindelense frente ao Oásis.

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Faltavam ainda quatro minutos para o apito final. E, já no limite, Papalelê volta a isolar-se, perante a saída do guardião opta por um chapéu, mas a bola bate no poste esquerdo. Segundos depois soava o apito e o Mindelense festejava de forma emotiva o seu 22° título nacional, no ano do seu centenário.

Para o capitão Toi Adão, dos seis campeonatos que já venceu, este teve o melhor sabor, por calhar com a celebração dos cem anos do CS Mindelense. “Daqui a cem anos não estarei cá, tão pouco os meus filhos, por isso este título tem um sabor diferente”, declarou o atleta aos microfones da TCV. Para este defensor, quando um clube tem uma equipa técnica e uma direcção como as do Mindelense fica mais fácil atingir resultados.

Eufórico com a proeza de regressar a uma final no ano seguinte e ganhar no campo do adversário, o técnico Rui Leite fez questão de dedicar o título à sua família, em particular aos filhos, que foram os principais sacrificados pela sua dedicação ao futebol. “No ano passado perdi a final e reconheci que a equipa adversária foi mais forte. Prometi ganhar este ano e o Mindelense mereceu. Este título tem um sabor especial porque foi conquistado na casa dos nossos adversários”, comentava o treinador da formação encarnada, que evitou destacar um atleta, pois para ele funcionou uma equipa coesa e humilde.

Para o técnico Lúcio Antunes, o Oásis não deu sinais de quebra no jogo. E, se tivesse outra oportunidade, apostaria nos mesmos atletas. No entanto, frisou, a sua equipa encontrou pela frente um Mindelense forte, organizado tácticamente e possuidor de jogadores com elevado nível técnico, uma equipa que se agiganta no campo. “Quem tem Papalelê e Pibip está mais perto da vitória”, admitiu o ex-treinador da selecção de Cabo Verde, que deu os parabéns ao Mindelense por ter conquistado mais um título no ano do seu centenário.

Além do troféu de campeão e um cheque de 500 contos, o Mindelense conquistou os prémios de melhor jogador, Papalelê, e melhor treinador, Rui Alberto Leite

A equipa do Oásis ficou com a taça de segundo lugar e o prémio fair-play. Com oito golos na sua conta, Patchico foi o melhor marcador da prova, enquanto o prémio de melhor guarda-redes foi atribuído a Keven, do Celtic da Praia, que sofreu apenas um golo.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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2 Comentários

  1. Parabens a voce
    Nesta data querido (Mindelense)
    Muitas felicidades
    Muitos anos de vida

    (Ja cantei a minha parrte. Quem quizer, pode continuar)

  2. Como foi importante, o surgimento dos “mėdia” – Mindelinsite e Noticias do Norte (TODOS PRIVADOS) em S.Vicente!!!!!
    REPARE-SE nos pormenores!
    O jornal “A NACAO” dá a noticia do titulo ganho pelo mindelense mas, dizendo que o Mindelense ganhou o seu 13° titulo, quando sabe bem que nao sao 13 titulos mas sim, 22 titulos. Ou seja, desinformando. E para poder desinformar, rouba 9 titulos à equipa, só por ser uma equipa de S.Vicente.
    Portanto, uma falta de ética profissional descarada e sem limite.
    Já o jornal “Expresso das ilhas”, hoje Domingo quase meio-dia, ainda nem sequer emitiu a noticia. Talvez porque para ele, a noticia nao é importante e nem vale o esforco para a publicar.
    Obrigado Mindelinsite e Noticias do Norte.

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