Ivone Mendes deixou fluir ontem a sua euforia pelo sucesso da primeira edição da InMovement Fitness & Aerobics Convention realizada no pavilhão coberto da escola Jorge Barbosa, que reuniu 5 instrutores e mobilizou mais de uma centena de amantes do desporto, além de uma feira de serviços. Com os olhos radiantes, essa professora de dança deixou certa a repetição do evento no próximo ano.
“Estou super contente. Confesso que estava com muito receio de as coisas não derem certo, mas isto foi algo extraordinário. Ver tanta gente aqui a emanar uma energia tão agradável, participando nas aulas e usufruindo de sessões de massagem ou obtendo informações sobre serviços ligados ao sector do desporto e da saúde encheu a minha alma”, confessa Ivone Mendes.
Além disso, essa ex-emigrante diz que ontem realizou um sonho que tem alimentado desde 2016, quando regressou da Holanda para Cabo Verde: realizar uma convenção de fitness e aeróbica nesse pavilhão.
Todo o programa foi preenchido e dentro do horário previsto. Foram cinco aulas de 45 minutos cada, com demonstrações de dança e de Qigong nos intervalos. Um destes momentos foi preenchido por uma sessão de Qigong conduzida pela instrutora cabo-verdiana Ângela Borges, formada na China, onde também fez o curso de medicina tradicional chinesa. Segundo Borges, o Qigong é uma técnica incluída no próprio curso de Medicina Tradicional Chinesa pelos benefícios que traz para a saúde física e mental.
“O Qi é a energia vital que percorre o nosso corpo. Usamos movimentos lentos, que provocam a circulação dessa energia como se fosse o sangue. Cada movimento tem um significado e estimula um determinado órgão”, explica essa também instrutora de Meditação, que viveu 4 anos nesse país oriental. Acrescenta que esse tipo de exercício recorre muito a técnicas de respiração e pode ser aplicado a pessoas de várias idades, mesmo que estejam sentadas.
Amante dos estilos de vida saudável e do fitness, Ângela Borges aceitou o convite para integrar o programa da convenção, mesmo estando a gozar férias. Para ela é fundamental as pessoas aproveitarem cada oportunidade para exercitarem o físico e a mente. Daí ter incentivado Ivone Mendes a arriscar, ciente das dificuldades que iria enfrentar.
Esta aposta foi enaltecida por Firmina Melício, ex-Comandante da PN em S. Vicente e praticante do Zumba. “Foi um evento mobilizador, embora a maior parte do pessoal presente já estar ligada ao desporto. Foi a primeira edição e acredito que este evento veio para ficar. E certamente que a organização será melhor na próxima”, diz Firmina, que apreciou também a ideia da feira de serviços, que possibilitou a divulgação de serviços nas áreas da saúde, estética, alimentação saudável e desporto.
Luana Chantre, adolescente de 11 anos que decidiu vender salada de frutas, era também só alegria no final do evento. O motivo é simples: registou uma venda extraordinária dos seus produtos. “Vendi quase tudo. Esgotou a primeira leva e tive que solicitar mais doses que deixei em casa”, revela a menina, que vendeu mais de 200 copos e espetadas de salada de frutas em seis horas. Apesar do sucesso, Lua, como é conhecida, quer apostar no próximo ano em mousses de chocolate e morango.
A iniciativa foi aplaudida pelos instrutores Vadu Monteiro e Nelson Lopes, para os quais a convenção deve continuar. No entanto, Nelson confessa que gostaria de ver mais homens envolvidos nas aulas de aeróbica. Na verdade, as cinco aulas mobilizaram praticamente só mulheres. “As mulheres estão mais motivadas nestes sistemas. A meu ver trata-se de um tabu masculino, que leva os homens a achar que esses sistemas de treino são mais para mulheres. Se um homem não quer fazer o Zumba pode optar pelo Cardio Boxing, por exemplo. E vai sentir os benefícios deste exercício”, desabafa esse instrutor, que deu um treino para glúteos e fortalecimento do quadril. Defende que é preciso experimentar e só depois tirar ilações.
Vadu Monteiro tem praticamente a mesma visão. Acha que é preciso estimular ainda mais a prática desportiva em S. Vicente e intensificar os treinos aeróbicos nos ginásios. Os resultados da convenção, diz, indicam que esse trabalho pode ter campo de progressão, daí defender a continuação do evento.
