O edil Augusto Neves afirmou ontem numa cerimónia de reconhecimento aos campeões nacionais de futebol, voleibol, andebol e atletismo que a CMSV já investiu mais de 100 mil contos na construção do polidesportivo da Zona Norte e admitiu que é um “prazer sempre especial” ouvir dizer que S. Vicente ganhou mais um título nacional.
A Câmara de S. Vicente já investiu mais de cem mil contos na construção do polidesportivo da Zona Norte ao longo de vários anos, num projecto orçado em 150 milhões de escudos, conforme dados avançados ontem à tarde pelo edil Augusto Neves. Segundo o autarca, as pessoas criticam a CMSV pelo tempo despendido nessa obra, mas fez questão de afirmar que mobilizar tanto dinheiro é um esforço enorme para uma autarquia. Além disso, o edil deixou clara a diferença do custo de um pavilhão com, por exemplo, um campo para a prática do futebol.
“Cento e cinquenta mil contos dá para se construir 10 campos de futebol. Mas continuamos a lutar porque temos consciência da capacidade da juventude que temos na ilha e que todo o esforço feito para se disponibilizar esse equipamento desportivo será garantidamente positivo”, assegurou Augusto Neves, sem, no entanto, avançar a previsão para o término dessa infraestrutura localizada na zona de Chã d’Alecrim.
A informação constou do discurso do autarca na cerimónia de homenagem ao Atlético do Mindelo e à Académica do Mindelo – enquanto clubes campeões nacionais de voleibol masculino, andebol feminino e de futebol – e ainda ao atleta Artur Silva, vencedor da prova de atletismo em 1.500 e 3.000 metros de pista. Segundo o edil, a par do esforço financeiro para ir construindo esse pavilhão, a edilidade mindelense continua a dar a atenção possível aos espaços desportivos municipais existentes ao longo do ano.
Neves afirma que a CMSV está sempre a trabalhar na manutenção dos campos e na construção de novas placas. “Construimos as placas desportivas na Ribeira d’Craquinha e em Espia e estamos agora a construir na zona de Pedra Rolada, ao mesmo tempo que estamos a dar manutenção à placa de Fonte Francês…”, ilustrou o presidente da CMSV, que fez ainda referência aos trabalhos executados no polidesportivo de Monte Sossego há cerca de 4 anos. Isto quando, diz, a Câmara é criticada por dar mais atenção ao futebol.
O próximo passo, adiantou Neves, é equipar S. Vicente com uma pista de atletismo. Assegurou que existe a vontade e até espaço identificado e diz estar certo de que esse sonho será concretizado. “Vamos correr atrás do financiamento porque o desporto é importante para a nossa sociedade e a nossa própria identidade, tal como a cultura”, frisou o autarca.
Para Augusto Neves, é sempre uma alegria especial ouvir dizer que S. Vicente ganhou mais um título nacional. Esses feitos, segundo o presidente, dão mais coragem à CMSV para investir no desporto, apesar das dificuldades para a mobilização de dinheiro para garantir a manutenção dos equipamentos construídos e edificar novas infraestruturas.
O momento, que contou com a presença do ministro Carlos Monteiro, foi dedicado aos clubes sediados em S. Vicente e que se sagraram campeões de Cabo Verde na época transacta: Académica do Mindelo (futebol) e Atlético do Mindelo (voleibol e andebol). Segundo Manuel Cabral, esta foi a segunda vez que a Micá foi chamada este ano ao Paços do Concelho na Pracinha d’Igreja e assegurou que a ambição do clube é regressar mais vezes na condição de campeão. Este objectivo, acredita o presidente da Micá do Mindelo, pode ser concretizado de novo porque o clube tem uma direção coesa e um plantel forte e vencedor. “Vamos continuar a trabalhar para mantermos o nível atingido nesta época”, prometeu Manuel Cabral, para quem actos simbólicos como o realizado ontem dá ânimo aos dirigentes e atletas.
Da parte do Atlético do Mindelo, o presidente Hernany Graça enalteceu a quantidade de títulos conquistados pelo clube e que foram alcançados à base de muito suor. O dirigente focou o seu discurso na palavra “coragem”, pois, para ele, é preciso muito empenho para se praticar desporto de salão em S. Vicente. “É preciso pagar para treinar – quem me dera que fosse como o futebol que tem tudo de graça -; é preciso muita coragem quando temos os piores horários de treino, que terminam à meia noite – apesar de pagarmos -; é preciso muita coragem quando as miúdas têm de trocar de roupa à frente de todos por falta de condições para o efeito; é preciso muita coragem quando elas jogam com os filhos menores nas bancadas…”, elencou o responsável do Atlético, que prometeu, mesmo assim, fazer muito mais para o Atlético continuar a amealhar troféus.