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Atlético do Mindelo revalida título regional de andebol feminino em final empolgante frente ao Amarante

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A taça do campeonato de andebol feminino de S. Vicente voltou a ficar, pela segunda vez consecutiva, nas prateleiras do Atlético do Mindelo. As atléticas revalidaram ontem à noite o título regional após vencerem as adversárias do Amarante por duas bolas de diferença numa partida empolgante, própria de uma final.

Tal como esperado, o equilíbrio foi a nota dominante no jogo, que terminou a primeira metade empatado a dez golos. No segundo tempo, o embate ganhou mais emoção no campo e nas bancadas. Ao minuto treze Edsânia foi expulsa com vermelho directo após o árbitro considerar que fez uma falta perigosa sobre Rizó num lance em que a atleta do Amarante estava prestes a fazer um remate. Edsânia reclamou, mas a decisão estava tomada.

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Dois minutos depois aconteceu o inverso. Num lance de contra-ataque, Lola fez uma falta perigosa sobre Keily, quando a jogadora do Atlético estava prestes a finalizar um remate dentro da área. O outro juiz da partida optou por sancionar a jogadora amarantina com dois minutos. A decisão provocou a revolta das meninas do Atlético, do treinador e dos adeptos. Exigiram a aplicação da mesma decisão. O clima ficou pesado e, após conferência entre os dois árbitros, Lola recebeu cartolina vermelha directa.  

Edsânia e Lola, diga-se, são duas pedras basilares no sistema ofensivo do Atlético e do Amarante. Deste modo, as duas equipas tiveram que reajustar as linhas de ataque. O Atlético apostou em Kelly, que entrou mal e cometeu vários erros. Porém acabaria por mostrar a sua valia com três golos nos momentos finais do jogo. Da parte do Amarante, Risó teve que ocupar o interior direito, Marri descaiu para o outro lado e Linda assumiu o comando como central.

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A partida continuou equilibrada no marcador, mas o Atlético mostrou mais eficácia nos remates e assertividade na defesa nos últimos minutos. A guarda-redes Célia foi também fundamental neste período, mantendo a calma e segurança na baliza. Quando faltava pouco mais de três minutos para o apito final, a formação treinada por Aquilino Fortes conseguiu a vantagem de 3 golos, a maior diferença ao longo da partida, e cerrou ainda mais a defesa. O Amarante não conseguiu mais do que reduzir a desvantagem para dois golos.

“O jogo foi intenso, próprio de uma final. Defrontamos uma equipa digna de uma finalista que é o Amarante. Hoje, no entanto, mostramos o que valemos. O Atlético enfrentou muitas dificuldades durante esta época, com jogadoras estudantes, mães, donas-de-casa, empregadas e com horários de treino incompatíveis. Mesmo assim atingimos o nosso objectivo, que era ser bicampeãs regionais”, comenta a guarda-redes Célia, que desejou às duas equipas boa sorte no campeonato nacional.

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Segundo Letícia, em nenhum momento, mesmo com a expulsão de Edsânia, o jogo ficou fora de controlo. A jogadora afirma que sentiu que o título esteve sempre ao alcance do Atlético. “Viemos para vencer e sermos bicampeãs de S. Vicente. Houve jogos em que fomos suplantadas pelo Amarante, mas a verdade é que nunca baixamos a cabeça”, afirma Letícia, para quem o Atlético surgiu com mais força na segunda metade do jogo. Agora, diz, o foco é o campeonato nacional, prova em que o Atlético tem a responsabilidade de revalidar o ceptro.

Equipa do Amarante

O Amarante suou a camisola frente ao Atlético, mas Marri reconhece que isso foi insuficiente para ganhar o campeonato. A jogadora admite que ficou triste com a derrota, pois sente que a vitória esteve nas mãos da sua equipa. Porém, admite, a expulsão de Lola teve o seu impacto no rendimento das amarantinas. “É um facto que essa expulsão teve a sua influência. Mas agora é colocar o foco no campeonato nacional, mostrar toda a força do Amarante”, frisa Marri, que foi distinguida como a melhor marcadora do campeonato regional de S. Vicente.

Para Lola, a sua saída do jogo não teve influência na prestação do Amarante. Na sua opinião, cabia a equipa apenas manter a concentração no jogo e fazer o que foi treinado. “Tivemos a nossa oportunidade de ganhar, mas isso não aconteceu, pelo que agora é preparar-nos para representar S. Vicente da melhor forma no campeonato nacional”, diz a amarantina.

Apuradas para a fase final dos play-off, as equipas do Atlético e do Amarante levaram a disputa até ao quinto e último jogo. O Amarante venceu a primeira mão, perdeu as duas seguintes, voltou a ganhar a quarta, tendo empatado a disputa. Ontem era o tudo ou nada.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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