O Atlético do Mindelo destronou o Amarante no campeonato de andebol feminino, com uma vitória por 24-22 na quinta mão dos play-off, e ganha o direito a representar S. Vicente na prova nacional pela segunda vez na sua história. As atléticas uniram forças na defensiva nos últimos minutos da partida, quando venciam por uma bola, impediram o empate e acabaram por desferir o golpe da misericórdia já a 30 segundos do apito final, com a marcação de mais um golo.
Lindy, jogadora aguerrida, conquistar o título foi uma luta titânica. “Este play-off foi difícil, tivemos que trabalhar duro para atingirmos o nosso objectivo. Estou muito feliz”, confessou a atleta ao Mindelinsite. Para ela, agora o foco é o campeonato nacional. Sente que a equipa está em forma, mas que precisa preparar-se mais para essa prova.
Embora tenha gerido o Atlético na fase final dos play-off, Aquilino Fortes atribui os louros da vitória à jogadora-treinadora Edsânia Oliveira e ao plantel. A conquista do título, a seu ver, foi resultado do empenho das jogadoras, que acreditaram na equipa. “Lutaram e conseguiram, pelo que elas estão de parabéns”, salienta o técnico, que não sabe dizer, entretanto, se vai acompanhar a formação feminina para a ilha do Sal, palco do campeonato nacional feminino. É que tem sobre os seus ombros a responsabilidade de preparar a equipa masculina, que venceu o campeonato regional e vai defender o título nacional em S. Vicente, agora no mês de Julho. Esse é um aspecto que, diz Aquilino Fortes, será discutido e resolvido.
Perder o título foi um golpe para o Amarante, como confessa o treinador Domingos “Voz” Tavares. Para este técnico, o que lhe pesa mais foi sentir que a equipa foi prejudicada pela arbitragem nos dois últimos jogos. “A arbitragem foi tendenciosa e péssima, pois influenciou nos resultados. Para nós, a Associação trabalhou mal na organização das provas e agiu pior ao impor um árbitro castigado para apitar os dois últimos jogos”, considera Voz, acrescentando que o Amarante foi ameaçado de perder por falta de comparência se negasse jogar. Mesmo assim, esse técnico deu os parabéns ao Atlético, pois, para ele, as duas equipas mostraram garra na disputa do campeonato.
Confrontado com as críticas do técnico amarantino, Luís Fortes, presidente da Associação de Andebol de S. Vicente, analisa-as com base em duas perspectivas: a primeira, diz, é que as equipas tendem a procurar um bode expiatório quando perdem; a segunda é que a ARASV precisa aumentar o leque de juízes e resolver o problema de haver treinadores-árbitros. No entanto, relembra que, apesar das formações, alguns árbitros negam exercer.
“Do meu ponto de vista os jogos foram competitivos, equilibrados, qualquer uma das equipas podia ganhar”, considerou Luís Fortes. Este enalteceu o trabalho realizado pela ARASV, que, diz, organizou várias provas que possibilitaram uma boa rodagem dos atletas, principalmente das equipas que vão representar S. Vicente nos campeonatos masculino e feminino.
KzB