A Académica do Mindelo e a Palmeira do Sal voltam a ser as equipas finalistas do nacional de futebol e vão disputar desta vez o título no estádio Dau d´Segunda na ilha do Maio, no próximo sábado. O feito foi alcançado hoje à tarde com as respectivas vitórias fora de casa sobre o Vulcânico do Fogo e o Clube Sportivo Mindelense, nos jogos da segunda mão da semifinal.
Contra todas as previsões, a Académica do Mindelo aplicou uma goleada por 6 a 3 ao Vulcânico, tendo fechado a primeira parte com o score de 4 a 1 no placar. Um resultado que surpreendeu a todos, inclusivo ao treinador Rui Leite. Em declarações à RCV, o timoneiro da Académica admitiu que esperava um resultado mais equilibrado e com menos golos tendo em conta o potencial das duas equipas e o empate a duas bolas alcançada na primeira mão, no estádio Adérito Sena, em S. Vicente.
Com esse empate, a Académica partiu em desvantagem para a ilha do Fogo. Para chegar à final teria que vencer a partida ou chegar a um empate por mais golos. Um desafio que piorou para a Micá logo no arranque da partida. Em menos de um minuto sofreu um golo, que empolgou as hostes do Vulcânico.
Porém, a Micá reagiu, e de que maneira. Em resposta, a equipa campeã em título marcou nada menos que 4 golos ainda na primeira parte. E cada golo era festejado com entusiasmo nas bancadas do estádio Adérito Sena pelos milhares de adeptos que lotaram o campo para apoiar o Mindelense frente a Palmeira. É que a grande expectativa dos sãovicentinos era ver uma final disputada pelo Mindelense e a Académica do Mindelo, os dois clubes de S. Vicente.
Empolgada pelo excelente resultado, que praticamente lhe garantia o triunfo, a Académica baixou o seu jogo na segunda parte, enquanto o Vulcânico regressou ao relvado decidido a relançar a disputa. Em pouco tempo, a equipa foguense marcou dois golos, que colocaram a Micá em posição de sentido. Os pupilos treinados por Rui Leite viram que, afinal, o jogo não estava ganho e acordaram para a realidade. Marcaram mais dois golos e resolveram a contenda.
Enquanto a Micá celebrava a vitória, o Mindelense sentia o amargo de uma derrota por duas bolas a uma imposta pela formação da Palmeira. E o soco no estômago foi desferido no período das compensações, quando os “leões encarnados” já tinham praticamente a passagem na mão para a ilha do Maio. Já no tempo dos descontos, e com a partida empatada a uma bola – resultado que favorecia o Mindelense –, a formação da Palmeira chegou ao golo vitorioso a partir de um canto directo. Um golo que desmoronou a formação treinada por Miki e silenciou os adeptos encarnados. “Isto dói, não vou mentir. Mas o Mindelense é uma equipa de guerreiros, lutamos muito. Defrontamos equipas campeãs e há sempre a probabilidade de perdermos”, admitiu o técnico dos leões vermelhos do Mindelo, que confessou ter ficado desolado com a eliminação do Mindelense.
Do seu lado, Toca Leite elogiou o desempenho dos seus jogadores, que, diz, voltaram a colocar Palmeira no topo do futebol cabo-verdiano. O técnico da equipa salense reconhece que o jogo com o Mindelense foi complicado e que a eliminatória foi salva por Boi, um jogador pouco usado no campeonato. Quando a partida estava empatada, resultado que favorecia o Mindelense, Boi executou um canto directo que deu a vitória a Palmeira. “Este golo foi uma palmada na cara com luva branca que me desferiu, e aceito de bom agrado”, confessou o treinador da Palmeira.
O próximo embate da Palmeira será contra a Académica do Mindelo na final do campeonato. Os dois emblemas defrontaram-se na época passada no estádio Arsénio Ramos, com vitória por uma bola a zero dos estudantes do Mindelo. Desta vez, o jogo do título será disputado na ilha do Maio.
