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“Vibe” dos mandingas toma de assalto a cidade do Mindelo: “Ka tem ote igual!”

A vibração dos mandingas da Ribeira Bote tomou de assalto a cidade do Mindelo ontem à tarde, num desfile que mobilizou milhares de foliões. Esta adesão era aguardada após 2 anos sem as “desbundas” de domingo, mas, mesmo assim, deixou Tau, presidente do grupo, sem palavras.

“Nem sei explicar o que me vai na alma. É muita emoção voltar a colocar os mandingas na rua e ver tanta gente à nossa volta”, comentou Tau, abordado pela nossa reportagem assim que os “guerreiros” saíram dos estaleiros na Ribeira Bote e apanharam a direção da rotunda, rumo a avenida que liga a “zona libertada” e Monte Sossego. A cada minuto, a multidão ia engrossando e estendendo o corpo dessa enorme “cobra negra”.

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Figura habitual nos desfiles, Irina deixou escapar um “ariá” antes de exprimir o sentimento de estar de novo a dançar ao ritmo da batida dos mandingas. Para ela, uma sensação incomparável. “Há dois anos que estávamos à espera deste dia. Agora é non stop”, disse com um sorriso.

Quem também mergulhou nessa “onda” foi a artista Jennifer Solidad, que praticamente não parou os pés. A intérprete, que cantou “Soncent ê especial, ka tem ote igual”, destacou o clima de euforia e paz que reinava nesse instante. “Só gente bonita…; estamos no nosso mundo!”

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Ticha Alhinho, presença obrigatória dos desfiles dos mandingas, confessou também estar emocionada com esse “tiro de partida” dos guerreiros da R. Bote. “Esta vibração é incrível, adoro. Agora é até o enterro do Carnaval, no dia 26 de fevereiro”, comenta essa amante do Carnaval, que nunca esquece o seu apito em casa.

No meio da multidão, a dupla Janilda Lima e Leila Delgado chamou atenção pela forma enérgica e alegre como dançava. E esta foi a primeira vez que Janilda, emigrante na Holanda, experimentava participar de um desfile dos mandingas. “Esta experiência está sendo incrível. Uma energia agradável, algo único”, afirmou a jovem, que veio passar as festas do Natal em S. Vicente e resolveu sentir na pele o que é ser também uma mandinga. A colega Leila frisa que esta “vibe” só se encontra em S. Vicente.

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Este ano, os mandingas reforçaram a batucada com um kit de instrumentos ofertados pelo Ministério da Cultura. Segundo Tau, estão destinados a uma escola de batucada para crianças, que ainda não abriu por falta de espaço. Enquanto isso, o grupo usou os novos surdos e caixas no primeiro desfile deste ano.

A mudança foi perceptível e agradou aos tocadores. Caso de Helder dos Santos, para quem o povo curtiu o som da batucada. No entanto, aproveitou a reportagem do Mindelinsite para pedir aos foliões que mantenham o civismo em todos os desfiles. Só desta forma, diz, Mindelo pode apresentar um Carnaval de alto nível.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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