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Sikinada e Art’Imagem vão co-produzir peça “Cabral – A Última Lua De Homem Grande”

As companhias teatrais Sikinada (Cabo Verde) e Art’Imagem (Portugal) estão a trabalhar juntas, na montagem da peça “Cabral – A Última Lua De Homem Grande”, a partir da obra do escritor e músico Mário Lúcio Sousa, que também assina a banda sonora original. A estreia do espetáculo está prevista para 2024, por ocasião do centenário do nascimento de Cabral e dos 50 anos  da Revolução dos Cravos em Portugal, 25 de abril. 

Ao Mindelinsite, João Paulo Brito explica que as duas companhias assumiram o desafio de co-produzir esta peça, no âmbito da sua relação de parceria, concretizando assim o desejo de desenvolverem juntos projectos que fossem relevantes. “Não queríamos apenas montar um espetáculo teatral, mas sim um que fosse significativo. Há mais de um ano Art’Imagem estava a pensar em algo para assinalar os 50 anos do 25 de abril. Já o Sikinada e o Mário Lúcio têm um projecto de montar uma peça sobre Amílcar Cabral, pensando no livro que este escreveu. Decidimosjuntar as duas ideias e montar este projecto .”

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A peça terá uma produção mista, com cabo-verdianos e portugueses, mas João Paulo vai avisando que o processo vai ser longo, até porque a temática. ou seja, falar sobre Amílcar Cabral exige muita preparação e trabalho. “Vamos funcionar quase que em ‘work in progress’ ao longo do ano de 2023. Iremos começar os ensaios e construir os textos. Também iremos fazer pequenas apresentações por forma a gerar algum nível de debate, convidando sempre Combatentes da Liberdade da Pátria e movimentos activistas que têm por base o ideal de Amílcar Cabral”, pontua o entrevistado.

É que, diz João Paulo Brito, estas duas companhias teatrais não querem que o espetáculo seja apenas biográfico, mas que coloque alguns questionamentos sobre a forma como o pensamento de Cabral vem sendo seguido e se o seu ideal para Cabo Verde e Guiné Bissau vem sendo levado em conta. “A peça vai ser um monologo interpretado por mim e dirigido por Flavio Hamilton. Mas acaba por envolver muitas pessoas porque é uma criação  original, desde a cenografia e dos videos que iremos mostrar original. Os figurinos e o desenho de luz também são inéditos. Somos uma equipa de dez pessoas. “

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Para que seja materializado como está pensado, João Paulo Brito deverá deslocar nos próximos tempos para Portugal, onde vai desenvolverum trabalho junto com a companhia Art’Imagem. Depois regressa ao país para prosseguir os ensaios aqui. A estreia da peça está marcada para 2024, em Cabo Verde. “Apesar de Sikinada ser uma companhia teatral com uma perspectiva de internacionalização, estreamos sempre os nossos espetáculos em Cabo Verde, só depois ê que começamos a circular.”

A ideia é levar a peça, para o espaço lusófono. Mas, para isso, têm de conseguir os apoios necessários. Por exemplo, em relação a Guiné Bissau, afirma, já iniciaram alguns contactos neste sentido, embora ainda informais, enfatiza, lembrando que ainda estão numa fase embrionária do processo, apenas com a equipa constituída e a trabalhar na adaptação da dramaturgia da obra de Mário Lúcio.  

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Como argumento para justificar a escolha de Cabral, este lembra que ele foi recentemente escolhido por historiadores de todo o mundo como um dos vinte maiores líderes da História da Humanidade (https://www.historyextra.com/magazine/who-greatest-leader-world-history/). Foi o idealizador da luta de libertação e independência de Cabo Verde e Guiné Bissau, e o seu pensamento influenciou os movimentos de libertação um pouco por todo o mundo, com particular destaque para o continente africano. Mas também a ação que acabou por desembocar na Revolução dos Cravos, o 25 de Abril, em Portugal. E seu legado ainda continua a ser estudado, impulsionando mudanças e provocando constantes questionamentos sobre o estado das coisas, finaliza.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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