De regresso à França, Morgadim é alvo de homenagem no Palácio do Povo: Abraço “caloroso” da cidade do Mindelo
Prestes a regressar à França, após estadia na cidade do Mindelo, o músico Morgadim será hoje, sábado, alvo de uma homenagem organizada pela Associação Julia Life e a Akuaba, no Palácio do Povo. Segundo Carlos Feliciano, a iniciativa surge para satisfazer a necessidade de muitos amigos e fãs de se encontrarem com o compositor e autor da famosa morna Cise. “Como ele não pode estar a receber muitas visitas devido a Covid-19 e ao seu estado de saúde, achei por bem realizar este encontro. Desta forma as pessoas podem aproveitar para conversar com ele e despedir-se porque o meu pai já anunciou que não vai regressar mais a Cabo Verde”, explica o filho do trompetista do grupo Voz de Cabo Verde.
O encontro será reservado a convidados, algo intimista, e deverá acontecer no jardim do Palácio do Povo. Uma oportunidade para Morgadim receber o abraço dos amigos, familiares e da própria cidade do Mindelo. O compositor já tem 90 anos de idade, está com dificuldades de locomoção, pelo que decidiu ficar na França, onde vive há muitos anos, por ser demasiado cansativo para ele viajar.
Publicidade
“Enquanto filho vou fazer um relato daquilo que Morgadim significa para mim como pai. Será uma oportunidade para mostrar fotos antigas que muita gente desconhece e também falar do seu percurso artístico”, adianta Carlos Feliciano.
Tratando-se de uma homenagem a um músico da craveira de Morgadim, um dos grandes compositores e intérpretes cabo-verdianos, o mais natural é haver música nesse acto. Segundo Feliciano, esta parte, a acontecer, será de forma improvisada e genuína. Assegura que estarão presentes artistas que tocaram com Morgadim e haverá condições técnicas para quem quiser dizer algo ao artista ou interpretar uma das suas tantas melodias.
A escolha do Palácio do Povo advém da envergadura do artista, mas também por estar patente nesse espaço um quadro pintado pelo artista plástico Levy, acompanhado do último trompete adquirido e usado por Morgadim. O instrumento foi ofertado pelo músico ao sobrinho Carlos Zé, que tem patente nesse monumento uma exposição permanente e que comporta o quadro e o instrumento desse exímio trompetista nascido na ilha de S. Nicolau.