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Nando da Cruz promete animar cabo-verdianos com CD após crise do Covid-19

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O músico, compositor e intérprete cabo-verdiano Nando da Cruz tem em preparação um novo trabalho discográfico. O cantor confirmou esse dado quando foi desafiado por “Mindelinside” a revelar quando poderá lançar um novo trabalho. Nesta entrevista feita através do “messenger”, devido as medidas de restrição, Cruz mostrou-se preocupado com o impacto do Covid-19 e apelou à solidariedade dos cabo-verdianos nesta luta pela erradicação da pandemia.

“O disco está na forja e a ser trabalhado” fez saber este cantor cabo-verdiano nascido na ilha de S. Vicente em Julho de 1965. Em conversa com o Mindelinsite, o artista sobejamente conhecido em Cabo Verde e na diáspora indicou que inicialmente estava a pensar lançar um CD com 10 músicas, mas que, dado ao pedido de vários fãs, optou por avançar apenas com quatro canções, sendo duas Coladeiras, um Semba e um Funaná, todas da sua autoria.

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O cantor disse-nos ainda que as outras canções que deviam constar do CD, mas que não foram incorporadas neste trabalho, ficarão para uma próxima obra. Cruz, que não precisou a data do lançamento da obra, deixou transparecer que a crise sanitária e social provocada pelo Covid-19 levou à suspensão das gravações. “Tendo em conta o rumo das coisas, as previsões estão a apontar para o final do ano”, fez saber Nando da Cruz.

A obra, cujo título não foi revelado, tem a direção musical do compositor e tecladista Manú Lima e ainda contará com a participação dos quatro músicos dos instrumentos de sopro que costumam gravar com os Kassav. 

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Instado a pronunciar-se sobre o género musical  “Colá love”,  o artista “mindelense de gema” explica que foi uma denominação atribuída em Portugal quando lançou a música “Ribeira d’Paúl” em 1992. Posteriormente este estilo musical, de acordo com Nando da Cruz, viria a ser apelidado de “Cabo Love”.

Situação actual muito preocupante

Este artista, que se considera um guerreiro nato, mostra-se bastante preocupado com a situação actual que se vive no mundo devido ao impacto do Covid-19 na vida das pessoas. Para ele, a humanidade está a travar uma “guerra” que será vencida com a união de todos. Por isso apelou à solidariedade de toda a gente e que as pessoas não deixem a resolução do problema nas mãos do Governo.

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“É hora de nos unirmos neste combate, não podemos deixar nenhuma ilha sozinha; temos de arranjar medidas adequadas de apoio da parte tanto das pessoas particulares como das empresas e instituições”, desafiou o compositor de “Cabo Verde Querida” e “Badia na Baia”. Este aproveitou o ensejo para pedir as pessoas para ficarem em casa e seguirem todas as instruções das autoridades sanitárias.

Vida entre futebol e música

Nando da Cruz reside em Paris ( França) é autor, compositor, cantor e realizador, tendo emigrado aos 14 anos para Portugal. A expectativa inicial era ser futebolista profissional, tendo jogado nos iniciados da equipa de Almada e nos juvenis da Cova da Piedade.

Foi em Almada, junto da Associação “Cretcheu” que começou a mostrar os seus dotes de cantor. Em 1981 foi residir em Paris, onde lançou em 1987 o seu primeiro disco “Baiana”, seguido de  “Cabo Verde Querida” (1992),   “Sheila” (1994), “Soraya” (1997) e “Badia na Baia”, em 2001. Por último, o Best Off Nando da Cruz (2008) quando os seus fãs o apelidaram de o Pai do “ Colá Love”.   

Nando da Cruz já compôs para vários artistas, nomeadamente, a diva  Cesária Évora, com “Petit Pays”,  “Africa Nossa”, “Mãe Velha”, “Badju Sabi” , “Tchon d’França”, “Esperança” e “Dnhirim  d’Reforma”. Também tem composições interpretadas por Dina Medina, Manú Lima, Rene Cabral, Esmaelo, Joel e  Maty.

 Em 2004 produziu um CD para as criança desfavorecidas em Cabo Verde intitulado (Crianças di Terra), juntamente com vários artistas nacionais. Dois anos depois homenageou o saxofonista Luís Morais, com a colaboração de outros artistas. Em 2016 viria a lançar “Crianças di Terra 2”, em parceria com o músico Quim Alves.

 Nando da Cruz já actuou em vários palco, nomeadamente França, Estados Unidos, Bélgica, Itália, Portugal, Espanha, Suíça, Luxemburgo,  Cabo Verde, Senegal e Angola.

João do Rosário (Portugal)

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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