MCIC esclarece que valor do protocolo assinado com “Mindelact” inclui financiamento da viagem da companhia Clara Andermatt
Os 800 contos constantes da assinatura de um protocolo entre o Ministério da Cultura e o Mindelact não se destinam totalmente para ajudar nas despesas da organização da 28. edição do festival internacional de teatro. Conforme o MCIC, esse valor inclui o financiamento às despesas de viagem a Companhia de Dança Clara Andermatt, que irá realizar o espectáculo “Pantera”, em homenagem ao músico e compositor santiaguense. Em nota, o MCIC esclarece que 400 contos se destinam ao financiamento do festival e os restantes 462 mil escudos são para ajudar na aquisição dos bilhetes de passagem dos integrantes da referida peça de dança.
“Após a assinatura do contrato, a Associação Mindelact, que não tinha conhecimento desta divisão e comparticipação nas despesas das viagens, comunicou ao MCIC que o seu entendimento ia no sentido de que o Festival deveria receber os 800 mil escudos, não tendo qualquer compromisso com o financiamento das passagens da companhia Clara Andermatt à ilha de São Vicente”, expõe o referido ministério, acrescentando que, dada a crise internacional e ao reduzido valor disponível no seu orçamento para financiar uma série de actividades culturais, acabou por agir visando a boa gestão dos recursos públicos. Além disso, teve também por objectivo permitir que o público da cidade da Praia tenha acesso ao espetáculo tributo a Orlando Pantera.
O MCIC considera que agiu no sentido de colaboração com o próprio festival e com a companhia de Clara Andermatt. Acrescenta que essa divisão de custos se deve ao facto de o ministério assumir ainda as despesas de produção de dois dias de espetáculos em homenagem a Orlando Pantera programados para a cidade da Praia. “Os valores para estes dois dias ascendem a quase mil e quinhentos contos cabo-verdianos, pelo que não será possível qualquer outra despesa extra”, assegura.
O MCIC assume que houve uma falha de comunicação com o Mindelact, que, segundo o ministério, assinou o protocolo acreditando que a transferência direta seria no valor total de 800 mil escudos, ao contrário de 400 contos, conforme se encontra descrito no documento em questão. A tutela da área da Cultura comunica ainda que as restrições orçamentais não permitirão alterar as bases conceptuais e orçamentais do acordo. Ou seja, mantém a disponibilidade para financiar diretamente o Mindelact com 400 mil escudos, de forma direta, e financiar a deslocação interna da companhia de Clara Andermatt para Mindelo, palco principal do festival.
O ministério entende que esta montagem financeira é a que defende o interesse público e informa que, caso haja eventual cancelamento dos espetáculos na cidade da Praia, a verba destinada à produção do espectáculo será destinada a um edital público de apoio às artes de palco.