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Mandingas da Ribeira Bote tencionam fazer primeiro assalto este Domingo na “zona libertada”

Os mandingas da Ribeira Bote pretendem invadir este Domingo à tarde a “zona libertada” no seu primeiro assalto deste ano. Isso vai depender, no entanto, da autorização da Câmara de S. Vicente e da Polícia Nacional. Segundo Tau, presidente do grupo, todos os esforços vão no sentido de darem o pontapé de saída com a já tradicional volta pelas artérias da Ribeira Bote.

“Estamos já a ultimar os preparativos e esperamos contar com a devida autorização das autoridades. Este ano sinto que vamos ter um grande Carnaval, sem a ‘riola’ que tivemos no ano passado entre a Liga dos Grupos de Carnaval e o Vindos do Oriente. Podemos todos canalizar as nossas energias para uma festa de grande nível”, diz Tau, que se autodenomina “mandinga d’coração”. Neste momento, no entanto, tem o cargo directivo à disposição por falta de tempo para gerir o grupo. Como diz, as exigências são muitas e, por conta dos desfiles aos domingos, acabou por faltar ao trabalho dezanove vezes.  Algo que ele não quer repetir este ano, se contar com o apoio de outras pessoas. Só que, diz, isso já são contas de outro rosário.

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“Tirando o Vandy, as outras pessoas são membros da direcção só de boca. Há quem apareça só nas vésperas dos desfiles, quando tudo já está preparado. Uma coisa é certa, eu não vou abandonar os Mandingas da Ribeira Bote, enquanto não aparecer alguém para assumir as rédeas, por mais cansativo que isso seja”, desabafa Tau.

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Este ano, os mandingas tencionam fazer seis assaltos, sem contar com o do enterro. Os trajectos, garante Tau, serão mantidos em segredo para obrigar as pessoas a se juntarem aos foliões na sede da Ribeira Bote e partirem como uma grande massa humana. “Se dissermos antes, as pessoas ficam à nossa espera pelo caminho, mas preferimos partir daqui com toda aquela vibração”, salienta Tau, assegurando que o pó para enegrecer a pele dos “guerreiros d’saia d’sisal” já foi encomendado e deve chegar a S. Vicente dentro de dias.

KzB

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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5 Comentários

  1. na minha opiniao este domingo é cedo, levando em conta os acontecimentos triste, a perda das 3 crianças pelo incendio, e o nosso Giovany que foi espancado ate a morte.

  2. Discordo da Luisa Matilde Rodrigues e acho que ela está a confundir “luto” com “respeito”.
    O respeito por essas pessoas será para sempre por isso, não devemos confundir que, continuar a viver, significa desrespeitar a morte.
    Por exemplo, quanto tempo de luto a Luisa sugere que se deva fazer?
    Os Mandingas pretendem sair no Domingo dia 12 (18 dias depois da tragédia). O que sugere a Luisa? 19 dias? 20 dias?
    Como se vê, é muito subjetivo?
    Pode até haver alguém que ache que o Carnaval em Fevereiro é também ainda muito próximo do fatídico dia. Que irá sugerir esse alguém? Que se adie o carnaval para Março ou Abril? Que não se realize o carnaval 2020?
    E mesmo depois de adiado, se na véspera do novo dia do desfile, voltarem a morrer outras pessoas, que iremos fazer?? Adiar tudo de novo?
    Pois é! Nesta linha, se tivermos ainda em conta que todos os dias morrem pessoas, seja de morte natural, seja de acidente, seja de morte matada, corremos o risco de parar a vida por causa da morte.
    A família está com a sua dor e vai continuar com ela com ou sem o carnaval.
    A sociedade está ferida e a alegria pode até ajudar a aliviar a dor (sem esquecer o problema) .
    Aqui em Mindelo (e noutras paragens certamente), quantas vezes já se viu uma carvana de viaturas apitando feliz a alegria da comemoração de um casamento, a passar quase que em simultâneo com um funeral e a sua música fúnebre.
    Há gente que morre à meia-noite, ou à 1h, ou 2h da manhã do dia de S.Silvestre, no meio de toda aquela festa, foguetes e muita música por todo o lado.
    Não é falta de sentimento nem de respeito. São contingências da própria vida.

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