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Cultura

Ligoc faz sorteio: Flores do Mindelo abre e Estrela do Mar encerra desfile oficial do Carnaval 2020

O grupo Flores do Mindelo abre e o Estrela do Mar encerra o concurso oficial do Carnaval Mindelo 2020, o maior espectáculo cultural da chamada ilha do Monte Cara. O sorteio, efectuado ontem à noite pelo Presidente da Ligoc e a vereadora da Cultura da Câmara de S. Vicente, determinou que os campeões em título Cruzeiros do Norte desfilam em segundo lugar, seguidos do Monte Sossego (3°) e Vindos do Oriente (4°).

Flores do Mindelo, último classificado do certame do ano passado, vai entrar na Rua de Lisboa às 15 horas preparado para brindar o público com uma “grande surpresa”, segundo a tesoureira Elisângela Brito. “Já estávamos cientes que seríamos o primeiro grupo devido a nossa classificação no concurso do ano passado. Entretanto houve o sorteio e isso veio mesmo a calhar, pelo que não faz nenhuma diferença para nós”, garante Elisângela. Para ela, Flores do Mindelo assume desse modo a responsabilidade de lançar o mote para essa competição, mas com a certeza de apresentar um espectáculo muito melhor do que em 2019, ano em que o grupo foi bastante criticado principalmente devido ao fraco nível dos carros alegóricos. “Esperem pra ver!”

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Rainha Bateria Flores do Mindelo

O Vindos do Oriente, que regressa ao concurso oficial depois da ausência em 2019, mostra-se satisfeito com a sua “sorte”. Para Josina Freitas, membro da direcção do chamado “grupe d’dona Lily”, desfilar em quarto lugar é excelente. “Viemos preparados para aceitar a sorte. Estamos prontos para usar a nossa criatividade consoante a posição que nos calhar, mas penso que sair em quarto lugar é muito bom”, comenta Freitas, que promete um Vindos do Oriente igual a si próprio, um “grupo criativo capaz de surpreender as pessoas pela positiva”.

Mestre-sala, Porta-bandeira e Rainha Bateria Vindos do Oriente

Vindos do Oriente está em dúvida se vai desfilar à noite. Como realça Josina Freitas isso vai depender da dinâmica do desfile. Mas já Estrela do Mar está ciente desse pormenor por ser o último dos cinco concorrentes e devido a hora do por-do-Sol. Por este motivo, o Estrela vai preparar os carros alegóricos e os trajes para brilharem o melhor possível na noite de 25 de Fevereiro nas ruas de morada. “Ser o último grupo é sorte grande porque teremos mais tempo para preparar o nosso desfile. Vamos levar um grande espectáculo para a rua e contamos com a colaboração dos nossos foliões e do público”, salienta Elísio Inocêncio, tesoureiro do chamado “grupe de Fonte d’Filipe”.

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Mestre-sala e Porta-bandeira Cruzeiros do Norte

À semelhança dos anos anteriores, a zona de concentração e dispersão será a Avenida Marginal. O ponto de referência é a rotunda d’Posse, que dá acesso directo à Rua de Lisboa. Assim, do lado Sul da rotunda – em frente à praceta Dom Luiz – ficarão estacionados os grupos Flores do Mindelo, Monte Sossego e Estrela do Mar, devido a posição dos seus estaleiros, enquanto o lado Norte – a partir do Centro Cultural do Mindelo – fica reservado aos andores e foliões do Vindos do Oriente e Cruzeiros do Norte. Os grupos vão entrando alternadamente – Sul/Norte – com meia hora de espaçamento, ou seja, Flores do Mindelo inicia o desfile às 15 horas e trinta minutos depois o Cruzeiros do Norte dá o sinal de partida, e assim sucessivamente.

Som mais potente, Praça Nova sem bancadas

Bandeiras dos grupos presentes na abertura oficial

A Liga dos Grupos Oficiais do Carnavalescos de S. Vicente perspectiva este ano um dos melhores desfiles de todos os tempos. Isto porque, segundo Marco Bento, a Ligoc está a contar com fortes parcerias, a começar pela Câmara de S. Vicente, que deverá aumentar os valores que normalmente são atribuídos aos grupos, além do suporte logístico. “A Câmara tem aumentado os financiamentos quase todos os anos porque consegue sempre algumas verbas no último momento, que canaliza aos grupos. Estamos convencidos que isso vai voltar a acontecer, mas a própria Liga conseguiu fortalecer as parcerias com as empresas e contamos ainda com o envolvimento do Ministério da Cultura, que promete reforçar o patrocínio deste ano”, revela o presidente da direcção da Ligoc-SV.

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Rainha Bateria Estrela do Mar

Segundo Bento, foi mantido o percurso e a zona de dispersão, mas, apesar do aumento dos concorrentes de quatro para cinco, a organização espera um desfile sem grandes contratempos. isto porque vai resolver alguns constrangimentos registados em 2019, um deles será levar o som até a zona de dispersão junto ao hotel Dom Paco. “No ano passado os grupos disseram que deixaram de ouvir as suas músicas e a batucada quando chegaram nesse ponto. Vamos aumentar o número de colunas, reforçar o sistema rádio e melhorar a propagação sonora para resolver esse problema”, garante Marco Bento. Segundo este responsável da Liga, já foi analisada a forma como será feita a dispersão na Avenida Marginal e não prevê entraves com as obras em curso nessa área. Isto porque conta com a colaboração dos empreiteiros que estão a trabalhar na construção do estúdio flutuante e do hotel Cruzeiros. “Vamos pedir às empresas para não colocarem barreiras que possam dificultar a dinâmica dos grupos.”

Rainha bateria do Samba Tropical

Este ano a Praça Nova vai ficar livre das bancadas para facilitar a circulação do público. A intenção da Ligoc é colocar essas estruturas ao longo da Avenida Baltasar Lopes da Silva. As bancadas ainda não chegaram, mas Bento realça que terão a devida qualidade para que as pessoas possam ver o desfile com conforto. “Só quando as bancadas chegarem e fizermos a montagem é que poderemos determinar os preços dos bilhetes”, informa Bento. Este acrescenta que a transmissão televisiva do Carnaval de São Vicente será garantida pela TCV, mas acrescenta que a Ligoc pretende fechar acordo mais uma vez com o canal Trace TV, que fez uma emissão em directo em 2019.

Mandinga d’Ribera Bote

À excepção do Monte Sossego, todos os outros grupos estiveram presentes no acto de abertura oficial do Carnaval. O evento serviu para a apresentação ao público das músicas e figuras de destaque de Flores do Mindelo, Cruzeiros do Norte, Vindos do Oriente, Estrela do Mar e Samba Tropical, sendo que este último não participa no concurso do dia 25 de Fevereiro. Foi impossível ao Mindelinsite ouvir a opinião do Cruzeiros do Norte e do Monte Sossego sobre o sorteio. Em jeito de conclusão, o desfile ficou assim ordenado: Flores do Mindelo, Cruzeiros do Norte, Monte Sossego, Vindos do Oriente e Estrela do Mar.

Kim-Zé Brito

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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3 Comentários

  1. O povo do Mindelo devia exigir a contabilidade do “Tio” porque ninguém sabe de onde vem o seu dinheiro.
    Onde é que ele arranjou dinheiro para comprar um computador para escrever sandisses????

  2. Quero colaborar com o pessoal do carnaval.
    Vou ser duro e franco mas, que entendam que é para o vosso (NOSSO) bem. Tipo, puxão de orelhas, se me for permitido.

    Desde a reforma organizativa do carnaval feita há dois anos atrás, ainda estamos à procura do ambiente mais distendido possível.
    Mas:
    1º) O ambiente mais distendido possível, não tem de significar, o ambiente “perfeito”. Porque a perfeição é impossível por isso, ninguém deve ficar à espera de tudo perfeito no seu agrado, porque isso não existe. Aliás, também seria importante não esquecermos que não se trata duma novidade. Na verdade, a discordância sempre esteve presente (é histórico) no carnaval mindelense e isso até é salutar. Quando a discordância não acontece, é uma excepção.
    E temos de constatar que isso tem a ver com a concorrência que na verdade sempre existiu no carnaval mindelense e que, sim, também é verdade, aumentou nos últimos tempos. Mas repito, isso é normal e diria até, cultural e salutar.

    2º) Mas como em tudo na vida, existem limites a serem observados. E estes limites devem ser observados e auto-controlados principalmente pelos próprios intervenientes e particularmente pelos seus dirigentes.

    Por isso, a minha opinião sincera é a seguinte:

    – No ano passado houve muitas discordâncias sim senhor.
    Só que o que menos interessa aqui, é quem teria razão em relação aos assuntos em discordância.
    Ou mal ou bem, teriam de ser resolvidos lá dentro da organização (repito, ou mal ou bem resolvidos, porque nem tudo é sempre bem resolvido).
    Mas houve alguém que errou de forma grave, muito grave e quase infantil, mesmo que tivesse toda a razão do mundo do seu lado.
    E este alguém foi claramente o Vindos do Oriente, simplesmente por não aceitar desfilar.

    – Neste ano, também houve discordâncias sim senhor.
    Só que mais uma vez, o que menos interessa aqui, é quem teria razão em relação aos assuntos em discordância.
    Ou mal ou bem, teriam de ser resolvidos lá dentro da organização (repito, ou mal ou bem resolvidos porque, nem tudo é sempre bem resolvido)
    Mas de novo, houve alguém que errou de forma grave, muito grave e quase infantil, mesmo que tenha toda a razão do mundo do seu lado.
    E este alguém é claramente o Monte Sossego, ao não aceitar participar no lançamento oficial do carnaval 2020.

    3º) Numa organização, todos erram mas ninguém pode esquecer, por mais emoção que experimente, por mais que sinta a razão do seu lado, não pode esquecer o objectivo maior.
    E o objectivo coletivo maior, não é que este ou aquele grupo ganhe. É sim, um carnaval cada vez maior e melhor. E como é natural, um carnaval maior e melhor, também tem de passar pelas suas dores de parto e de crescimento.
    Por isso, não podemos continuar a agir como adolescentes em que a qualquer desgosto ou discordância (mesmo que tenha razão), reage com uma ameaça de não participar em qualquer acto.

    4º) Por seu lado, a LIGOC precisa melhorar a sua comunicação, não só internamente como também para o exterior.
    No entanto, quando se fala da LIGOC, não se pode esquecer que a LIGOC, afinal, são os grupos, portanto, o seu desempenho depende do deles.
    Uma estrutura recém-nascida como a LIGOC, não pode estar permanentemente sob fogo cruzado, muitas vezes, fogo de gente que não faz e nem conseguiria fazer nada.
    Deve ser criticada sim, mas, não atacada.

    Eu acredito claramente no carnaval mindelense e acredito que essa nova organização (LIGOC, grupos e o carnaval em si), irá evoluir para aquilo em que reside a nossa expectativa.
    Portanto, é só desejar força a todos.

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