CMSV e MCIC procuram financiamento para requalificação total da Praça Nova, palco da feira URDI
A Praça Nova do Mindelo vai ser sujeita a uma requalificação que irá contemplar a renovação do piso e a recuperação do tanque de água localizado no seu centro. A novidade foi avançada ontem à noite pelo ministro Abraão Vicente na cerimónia de abertura da sexta edição da feira de artesanato URDI e confirmada ao Mindelinsite pelo edil Augusto Neves.
Segundo o autarca, o projecto está pronto e foi apresentado ao Ministério da Cultura e Indústrias Criativas para procura conjunta de financiamento. “Assim que o Ministério da Cultura iniciou o projecto de requalificação do Centro Nacional de Artesanato e Design pedimos à mesma empresa um projecto de restauração profunda da Praça Nova. O mesmo já foi entregue ao ministério e agora vamos correr juntos à procura de financiamento porque a Câmara de S. Vicente não consegue suportar os custos sozinha”, explica Neves.
É devido a esse projecto que, explica o presidente da CMSV, a construção da esplanada Pic Nic ficou parada no tosco. O término dessa pequena obra terá agora de esperar as intervenções projectadas para a requalificação desse histórico e emblemático espaço de convivência social do Mindelo.
A intervenção prevista para Praça Nova não tem uma relação directa com as obras em curso no CNAD, como faz questão de esclarecer o ministro Abraão Vicente. Porém, a seu ver faz todo o sentido conciliar os dois espaços, que estão literalmente conectados pela sua grande proximidade. Por isso mesmo, disse, a CMSV e o MCIC vão juntos promover a requalificação da Praça Nova numa perspectiva moderna, avançada e integrada com a visão vanguardista da arquitectura do CNAD. Aliás, Abraão Vicente fez questão de enaltecer o regresso da feira à Praça Nova e lamentou, por outro lado, a abertura da URDI não acontecer este ano no centro, como prometido.
O ministro enfatizou que a pandemia afectou Cabo Verde e o mundo e obrigou a que projectos estruturantes fossem colocados em modo de pausa. No entanto, considerou o regresso da feira ao espaço livre da Praça Nova, após uma ausência devido a Covid-19, como um sinal da retoma da normalidade e que se vai terminar as obras do CNAD.
O governante enalteceu o facto de a feira URDI ser uma das poucas iniciativas nacionais que não foi cancelada em 2020 devido a pandemia. Para contrariar os efeitos sociais da doença, o evento foi realizado basicamente nos ateliês dos artesãos, que foram visitados. Por mais este motivo, Abraão Vicente reconheceu o trabalho desenvolvido pelo director do CNAD e a sua equipa.
“Este ano fizemos uma ponte de certa forma mágica entre os municípios convidados – Ribeira Grande de Santiago, como umbigo da nação e património da humanidade – e o do Sal – que, juntamente com a ilha da Boa Vista são os grandes capitães do desenvolvimento de Cabo Verde através do turismo. E queremos que o artesanato aqui apresentado seja o que vendemos ao mundo nas nossas duas capitais do turismo”, frisou o ministro.
Para Irlando Ferreira, director do CNAD, é preciso criar novas oportunidades como tendo como âncora a arte e o artesanato. “Temos a responsabilidade de imaginar futuros, de construir novos paradigmas, da preservação do valor intrínseco da natureza no presente e para o futuro“, salientou Ferreira, para quem a arte e o design, a criatividade podem dar um contributo fundamental na qualidade de vida e prosperidade a longo prazo, necessários ao bem-estar e harmonia entre as pessoas e a natureza.
Toda a área da Praça Nova voltou a ser ornamentada com os stands em madeira que servem de montra para uma grande diversidade de obras de arte de 161 artesãos dos 22 municípios de Cabo Verde. A exposição-venda ficará patente ao público até o dia 28 de novembro.