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Cantor Natch realiza sonho e grava o seu primeiro CD, intitulado Benção

Está pronto o primeiro CD do cantor Natch, mas ainda a data da apresentação pública desse disco é uma incógnita. O produtor Rachel Sylva quer preparar um evento cultural de elevada categoria, apresentar essa figura mindelense como um artista no verdadeiro sentido da palavra.

Com 9 mornas e coladeiras, a obra foi gravada na cidade da Praia, onde Natch passou alguns meses. A orquestração esteve a cargo do instrumentista Manel d’Candinho, que foi abordado por Rachel Sylva durante um baile de emigrantes. “Falei com ele sobre o sonho de Natch gravar o seu CD, fizemos uma pre-seleção de 15 músicas e destas foram escolhidas nove, com a opinião de Natch”, explica o produtor, que negou, no entanto, fazer um disco só com mornas. Como diz, o projecto começou a ser pensado no período da candidatura da Morna a Património Cultural, mas não lhe agradou a ideia de um CD apenas com esse ritmo. Acabou por incluir a coladeira, um género em que Natch se sente também à vontade.

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No total das 9 faixas, o CD traz a morna Stória d’nha Vida como um extra. A música foi gravada em dueto com Mariana Ramos, que estava nessa altura a preparar a promoção do seu novo CD e consta, deste modo, dos discos dos dois artistas.

O CD tem o título “Natch Benção”, pois, segundo Rachel Sylva, trabalhar com um cantor com o calibre de Natch, e que praticamente vive na rua, é uma bênção. E Rachel assume que uma das suas missões é retirar Natch da rua e combater alguns dos seus vícios. Um trabalho complicado, reconhece. Para ele, nada será possível sem a colaboração voluntária do cantor.  

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Natch, de seu nome próprio Eugénio Costa Santos, vai cantar na próxima edição da AME – Atlantic Music Expo – no Palácio Ildo Lobo, na cidade da Praia, já no dia 14 de junho. A expectativa é que esse evento sirva como pontapé de saída para a promoção do CD. Segundo Rachel, o cantor chegou antes a impressionar o público praiense com a sua voz potente e a sua forma humilde de ser. “Foram 10 artistas, mas quando ele cantou houve uma explosão de palmas. Foi algo impressionante”, frisa o produtor, que quer levar Natch para França. Aliás, este foi um dos seus primeiros objectivos, mas tal não foi possível porque o cantor, que nasceu em S. Tomé e veio para S. Vicente com seis meses de idade, perdeu todos os seus documentos.

“Tivemos que tratar de toda a documentação, como o seu pedido de nacionalidade, conseguir o Bilhete de Identidade e Passaporte. Foi um processo longo e desgastante, mas hoje ele já possui todos os documentos”, assegura Rachel Sylva.

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O trabalho conta com o acompanhamento de Palinh Vieira (e não o mestre Paulino Vieira, como chegamos a referenciar antes) -que executa o violão, viola de 12 cordas, cavaquinho e baixo -, Totinho em sax soprano, Rob Leonardo – percussão – e o coro pelas vozes de Stefy Lima e Mindela Soares. Já Manel d’Candinho faz a direção artística e toca violão e piano.

Foi impossivel falar com Natch sobre esta obra, mas o Mindelinsite promete abordar o artista na primeira oportunidade.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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