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Armando Duarte, o poeta e “funkeiro” que sonha cantar Morna

Armando Duarte é um compositor santantonense de 35 anos que não sonhava que seu percurso passaria pela música e hoje trilha o seu caminho no estilo funk. Duarte define-se como poeta e seu sonho é enveredar-se no futuro pela música tradicional cabo-verdiana. 

Comecei na música em 2014 quando fiz uma poesia e publiquei-a no Facebook. Teve boa aceitação, ao ponto de me pedirem que a transformasse em música”, conta o santantonense. Só que os pedidos de apoio fracassarm e não conseguiu fazer a primeira gravação como pretendia.

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No entanto, o jovem não se acomodou e decidiu apostar no conhecimento e expandir seus horizontes. “Matriculei-me num curso de piano na escola Salesiana e, após terem suspendido as aulas no segundo ano lectivo, continuei a praticar no piano da escola, por generosidade dos padres”, expõe Armando Duarte. Este acrescenta que tentou pagar aulas particulares, mas suas condições financeiras não lhe permitiram ir muito além. 

Há doze anos que se mudou para São Vicente, mas sua inspiração artística é mais antiga. Começou por criar uma rádio comunitária em Fontainhas ainda bastante jovem. Distribuía o seu tempo entre rádio e poesia, inspirado pela quietude da sua região e pelo gosto pela leitura. “Minha vida sempre foi poesia e rádio. Além da Rádio Fontainhas, estive numa rádio numa escola, depois em São Vicente entrei para a Rádio Nova, fiz formação na TIVER, antes de seguir rumo para Angola”, expõe.

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A vida não lhe sorriu tal como desejava e encontrou na música um escape. “Quando regressei estive em contacto com um jovem guitarrista que gostou da letra da minha composição e gravamos a minha primeira música. É uma música de estilo tradicional que se transforma num reggae“, revela.

Armando define-se como poeta e a música um “passarinho ao vento” que se deixa levar pela sua direção. “A música é inspiração, por isso se sentir o feeling para fazer uma Morna, faço Morna, se tiver vontade de escrever um Reggae ou um Funk, não estou preso a nenhum estilo”, garante. 

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O terceiro single da sua autoria é um funk, inspirado no músico Khaly Angel, que seria a quem era destinada a composição. “Eu não gostava do ritmo funk por causa das letras, mas um dia estava a ouvir uma música do Khaly, que além de ser meu amigo admiro-o muito enquanto artista, e comecei a escrever um funk para oferecer-lhe. Liguei-lhe, e como estava em studio a gravar, pediu-me que procurasse o músico Renato Neves e que o gravasse”, diz Duarte, que achou a ideia interessante. A canção foi gravada há dois anos, de acordo com o jovem, porém só agora decidiu lançá-la. 

“Djeims D”, nome que o identifica na música, pretende seguir pelos ritmos considerados comerciais até conseguir chegar ao seu objectivo, que passa pela música tradicional. Os meios económicos são ainda a principal barreira, mas pretende ir trilhando a estrada de acordo com as suas possibilidades financeiras.

Sidneia Newton

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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