Amiro Faria apresenta hoje “O Grande Aventureiro”, livro que aborda o indivíduo “fanfarrão e bazofim” de S. Vicente
O livro O Grande Aventureiro, da autoria do escritor e ex-gestor Amiro Faria, será hoje à tarde apresentado ao público mindelense na sala de conferências do hotel Porto Grande. A obra, que será descrita aos presentes pelo conceituado “contador de histórias” Germano Almeida, surge onze anos depois do conto O bordo é livre e faz parte de um projecto que, segundo Amiro Faria, engloba uma terceira publicação.
O Grande Aventureiro, como relata o autor, fala do indivíduo “fanfarrão e bazofim” mindelense, que se mostra convencido de saber algo e ser alguém importante só porque viajou por alguns países. Germano Almeida, autor do prefácio, reforça que a obra conta a história engraçada de um indivíduo que resolve viajar de S. Vicente para a ilha Brava com o intuito de arranjar uma noiva com parentesco americano e assim poder emigrar para os Estados Unidos.
“Este livro é interessante por revelar as ambições das pessoas numa época antes da Independência de Cabo Verde, mas que não são muito diferentes de as da actualidade”, comenta Almeida, que evita entrar em mais aspectos da obra antes da sua apresentação oficial.
Conhecido pela sua frontalidade, Amiro Faria salienta que O Grande Aventureiro acaba por retratar um perfil de homem existente na sociedade mindelense, pessoas que pensam ser escritores, (por exemplo), mas que estão longe desse patamar. “Pode até ser que eu seja uma dessas pessoas”, frisa o ex-adminstrador da Feira Internacional de Cabo Verde – FIC.
O próximo trabalho, adianta, será sobre o caso típico do homem cabo-verdiano que maltrata a família e não cuida dos filhos. Amiro Faria faz questão, entretanto, de salientar que, nos dois casos, essas situações estão associadas a uma minoria. “… mas, uma minoria que incomoda!”
Apaixonado pela escrita, Amiro Faria já publicou alguns trabalhos, inclusive de carácter técnico. Um deles abordou a pesca artesanal em Moçambique, logo depois lançou uma coletânea com vários documentos intitulada Cabo Verde, o país e o seu Porto Grande. Em 2013 deu à estampa o livro O bordo é livre e agora, em 2024, aposta na obra O Grande Aventureiro, com 500 exemplares.
Reformado, Amiro Faria confessa que ocupa parte do seu tempo lendo e rabiscando anotações.
