Pub.
COVID-19

Covid-19: São Vicente sem desfiles de carnaval e comemoração do dia dos namorados

Pub.

O Delegado de Saúde Elisio Silva assegurou esta manhã que todas as zonas de São Vicente têm pessoas infectadas pelo vírus da Covid-19, quadro que considera alarmante e o leva a defender a declaração do estado de calamidade na ilha.

Este reforça que há famílias com várias pessoas contaminadas, à volta de 13/15 membros, o que o leva a concluir que a infeção foi transmitida durante convívios na época natalícia. Do mesmo modo, o médico salienta que houve situações em que grupos de amigos testaram positivo para o vírus.

Publicidade

Para o DS, o estado de Calamidade, que poderá limitar ainda mais a frequência de espaços de convívio e comemorações entre 10 a 15 dias, aliado ao recolher obrigatório, será essencial para se travar a propagação do coronavírus. Deste modo, Elísio Silva anunciou que estarão suspensas festas de carnaval e comemorações do dia dos namorados. O receio é que venha a ocorrer um novo pico de propagação como o que constataram durante o período do Natal. A seu ver, houve um descontrolo na fiscalização, que permitiu a realização de festas em todas as localidades da ilha.  

“Na última semana houve mais 220 casos de Covid em S. Vicente por causa das festas de Natal e de final do ano, bares e restaurantes abertos até altas horas, sem cumprimento das regras sanitárias com pessoas de diferentes ilhas de Cabo Verde”, reclama o Delegado de Saúde de S. Vicente, para quem a infecção comunitária e a aglomeração proporcionaram uma grande transmissão do vírus.

Publicidade

Teste dos contactos deve esperar em casa

A Delegacia de Saude de São Vicente assegura que está à procura de mais meios para travar os contágios. A diminuição do número de pessoas à frente do Centro de Estádio é um aspecto que quer contrariar. A recomendação é que, independentemente de alguém testar positivo ou negativo à Covid-19, os contactos dos infectados devem permanecer em isolamento por pelo menos 10 dias.

Ao mesmo tempo esse serviço pede que os contactos de pessoas que testaram positivo ao novo coronavírus aguardem pela chamada da Delegacia de Saúde para a realização de testes, em vez de, por iniciativa própria, ir aglomerar em frente ao Centro de Estágio. Elisio Silva garante que o Ministério da Saúde está a desenvolver uma plataforma que possibilite as pessoas marcarem e pagarem os seus testes e ainda receberem os resultados.

Publicidade

Segundo Silva, o laboratório tem feito testes de utentes das diferentes ilhas, como viajantes de São Nicolau e de Santo Antão. Estas pessoas, prossegue, costumam aglomerar-se em frente ao local de recolha de amostras, em vez de as recolherem nas próprias ilhas, o que o desagrada. Para viajantes, a Delegacia de Saúde faz em média 150 testes PCR por dia e a sobrecarga levou esta instituição de saúde a direcionar os utentes para outros lugares. O objectivo é separar  os contactos dos viajantes e da população em geral, criando novos postos de recolha de amostras. A plataforma online do Ministério da Saúde, enfatiza, poderá orientar ainda melhor os utentes e evitar as filas.

Situação actual de S. Vicente

São Vicente registou na última semana 2 óbitos, um dos quais de um utente da zona de Pedra Rolada que sofria de asma e terá sofrido uma “crise”. Acabou por falecer a caminho do hospital, segundo o delegado.

A ilha tem neste momento 218 activos e já contabiliza 11 óbitos. S. Vicente tem agora 1.092 casos acumulados, destes 864 foram dados como recuperados.

No Centro de Estágio encontram-se 44 doentes e no Hospital Baptista de Sousa 7, estando o restante a recuperar-se em casa com acompanhamento de equipas médicas dos centros de saúde.

Na última semana foram realizados 2.195 testes, 10% testou positivo, o que leva Elísio Silva a concluir que as pessoas não querem cumprir as regras sanitárias. Por isso adverte que näo será dada oportunidade para desfiles de carnaval e nem para festas no dia dos namorados.

Sidneia Newton

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo