
O grupo Escola de Samba Tropical apresentou na noite de ontem os protótipos das fantasias das suas oitos alas comerciais para a noite de 3 de março, que vão ajudar a contar o seu enredo “A apoteose do Carnaval do Mindelo”. Sete Ruas, uma História”. Esta iniciativa, inédita em São Vicente, visa elevar os ensaios do grupo e atrair os foliões, numa espécie de prévia do seu carnaval.
Num exclusivo Mindelinsite, o presidente da agremiação explicou que o propósito foi trazer mais uma inovação para o Carnaval de São Vicente, na forma de fazer os seus ensaios e engajar foliões e amigos. “De ano para ano vamos aprendendo. A divulgação do nosso trabalho apenas por desenhos às vezes fica muito aquém. Temos de evoluir. Então, porque não a três semanas do Carnaval mostrar ao público mindelense os protótipos do que realmente vamos trazer para o nosso grande desfile. Ou seja, levantar um bocadinho o véu e trazer mais pessoas para este projecto?”, interroga David “Daia” Leite.
Questionado se a apresentação prévia dos figurinos deve-se ao facto de o grupo não estar a concurso, “Daia” é categórico em afirmar que qualquer agremiação pode divulgar as suas fantasias comerciais. “Em anos anteriores, a Escola de Samba Tropical trouxe uma inovação – placas com desenhos na quadra – e hoje outros grupos também adotaram esta prática. Ou seja, mostram os figurinos das alas nos ensaios. Mas sempre mantemos algum segredo para surpreender o público”, frisou.

O segredo, defende o presidente da EST, fica por conta do traje da porta-bandeira, figuras de destaque, rainha de bateria e dos carros alegóricos, que são “guardados” a sete chaves. Por outro lado, defende, a beleza do Carnaval está no conjunto, não no individual. “É importante também destacar o trabalho das costureiras, aderecistas, ferreiros e ateliês, que não são conhecidos. E sem eles não há Carnaval. Somos apenas os coordenadores. Nada mais justo que dar a conhecer quem realmente faz essas obras de arte. Foi por isso que decidimos aqui destacar as costureiras, ateliês e os responsáveis por estas alas.”
A menos de um mês do Carnaval, Daia Leite garante que o engajamento é muito bom, graças a uma excelente comunicação com os foliões e amigos. Exemplo disso são as muitas alas que nesta altura já estão fechadas. “Acredito que a partir da próxima semana teremos todas as alas completas. Cada vez mais a EST tem se afirmado como a coqueluche do Carnaval de S. Vicente e o público tem retribuído com muita amizade. Isto está aos olhos de todos,” assevera.

Foram apresentadas as fantasias de oito alas: Retalhos, Importância Turística do Carnaval, Importância Social, Importância Económica e representações marcantes que os grémios já levaram para a avenida, designadamente “Nha bolo tem nata” (Monte Sossego), “Dragões de 3 cabeças” (Vindos do Oriente), “Tudo e bada” (Cruzeiros do Norte) e “Boi de Máscara-Mama eu quero” (homenagem a D. Gia).
O espetáculo da EST, refira-se, terá 4 momentos: “A corte da alegria desembarca na ilha da folia”, “Um périplo pelo túnel do tempo”, “Sejam bem-vindos aos bastidores da festa” e “A grande festa: A folia mindelense na rua de Lisboa”. Nesta última, o grupo recria uma celebração dentro do seu próprio show e convida o povo a reviver a tradição do carnaval mindelense, que era marcado pelos desfiles de “mascrinhas” e “zorros” e as festas no Centro Nacional de Artesanato.