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“Brodjinha” elege alegria genuína e entrosamento com batucada como trunfos para manter coroa de Rainha de Bateria

Andreia “Brodjinha” Gomes é já uma figura carimbada do Carnaval de São Vicente. Foi coroada duas vezes rainha de bateria e diz estar a preparar física e mentalmente para conquistar o “tri” graças a sua alegria genuína de estar neste que é o “maior espetáculo de Cabo Verde” e ao forte entrosamento com a batucada Ritmo do Norte. Está ciente da forte concorrência, mas espera fazer história. Ela que estava com “sede” de voltar a desfilar na Rua de Lisboa com o seu público, após dois anos sem carnaval devido a pandemia da Covid-19.

A dez dias do desfile oficial, Brodjinha assume estar ansiosa, mas também muito contente porque está no seu mundo. “Estava com sede do Carnaval e com uma grande vontade de estar na rua de Lisboa com o meu público. Neste momento estou a treinar para manter a coroa e conquistar o tri-campeonato. Quero fazer história no Carnaval de São Vicente.” 

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Apesar de confiante, admite que este ano tem pela frente grandes concorrentes. Mas, diz, vai lutar e principalmente divertir, extravasar e mostrar a sua paixão pelo Carnaval. “Quero partilhar a minha energia com o público e mostrar a alegria de estarmos de novo juntos nesta festa”, pontua Brodjinha, que diz gostar do Carnaval desde sempre, mas os pais não conseguiam custear os trajes. “Por insistência minha, uma vez minha mãe deixou-me participar de um desfile. Foi preciso crescer para realizar meu sonho de ser destaque no Carnaval.”

Na sua primeira participação, já adulta, conta, foi figura de destaque. Logo no ano seguinte lançou a si mesma o desafio de ser rainha da bateria do Cruzeiros do Norte. Participou de um concurso e foi escolhida entre seis candidatas. E este ano é o seu quarto desfile como destaque da batucada do grupo. “Em 2018 o título fugiu-me. A vencedora foi Miriam, do Monte Sossego. Mas nos dois anos seguintes, 2019 e 2020, ganhei, para minha grande alegria.”

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Para manter a coroa, explica, faz preparação física, sobretudo cárdio, mas também psicológica. Diz estar consciente de que, este ano, é um “alvo a bater” porque todas querem vencer, mas Brodjinha está confiante nos seus trunfos: grande entrosamento com a bateria Ritmo do Norte e brincar o Carnaval. “Vivo o Carnaval de forma natural. O meu foco é divertir muito. Não penso na competição. Quero sempre superar a mim mesma. Estou a viver o meu sonho.”

Quanto ao entrosamento com a percussão diz que é fruto da convivência diária e não apenas nos dias que antecedem o Carnaval. “Estamos a cultivar esta relação há mais de um ano. Somos todos amigos e, por isso, sinto-me a-vontade. Divertimo-nos e também interajo muito com o meu mestre”, conta Brodjinha, que se mostra particularmente entusiasmada com o desfile nocturno. 

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Sempre quis desfilar à noite porque o brilho é diferente. De certa forma ficamos protegidos do sol das 14 horas e depois da geada do início da noite. Este ano vamos estar expostos apenas ao friozinho, mas nada que atrapalhe. O brilho compensa. Já se falou muita coisa, mas creio que o público vai gostar porque o Carnaval de noite é muito mais bonito de ver”, assegura. 

É a experiência desta passista autodidata a falar mais alto. Segundo Brodjinha, aprendeu a sambar sozinha. Ainda criança, afirma, já conhecia os passos básicos do samba, inclusive se apresentava na escola e participava de algumas actividades. No grupo Cruzeiro do Norte, diz, enriqueceu e aprimorou os seus conhecimentos com as dicas que recebia dos companheiros. 

“Cada um partilhava o que sabia e fomos crescendo. Mas sempre fui muito esforçada porque cedo meti na cabeça que queria ganhar o prémio de rainha de bateria do Carnaval de São Vicente”, confessa esta passista, que admite ver videos de algumas performances, mas não para se inspirar porque gosta de ter a sua própria essência e fazer uma apresentação própria, com sua assinatura.  

Questionada sobre os seus pontos fortes, Brodjinha garante que nunca se analisou porque vive o Carnaval de forma natural, pensando principalmente em divertir, não em competir. “A minha ideia é sempre superar a mim mesma. Estou no Carnaval para divertir e para brilhar. Estou sempre a brincar e a curtir esta festa. E, no final, graças a deus tenho obtido bons resultados.”

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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