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Vereadores da UCID e do PAICV deliberam pela anulação do acordo entre a CMSV e um privado para recolha de lixo

A sessão camarária de hoje voltou a ser o mais do mesmo e acumulou mais uma situação que pode piorar a já explosiva relação política entre o edil Augusto Neves e os vereadores da UCID e do PAICV. É que, conforme Anilton Andrade e Celeste da Paz, o presidente voltou a abandonar a reunião, após o chumbo da sua proposta de agenda, e os cinco eleitos da oposição deliberaram pela anulação do acordo celebrado entre a Câmara de S. Vicente e um privado para a recolha do lixo na cidade do Mindelo aos fins-de-semana.

Segundo os porta-vozes da UCID e do PAICV, ficaram a par dessa decisão através de uma notícia publicada pelo Mindelinsite e são taxativos a afirmar que Augusto Neves não poderia ter essa iniciativa arbitrária, sem ouvir os outros vereadores. “Neste sentido deliberamos pela anulação do acordo, por se tratar de um assunto da competência da CMSV e não apenas do presidente”, comenta Celeste da Paz.

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Além disso, os cinco eleitos da oposição deliberaram a favor de uma proposta da Associação dos Taxistas de S. Vicente de aumento da tarifa de frete e pela abertura das reuniões camarárias à presença do público, à luz do Regimento da CMSV. Segundo Anilton Andrade, o artigo n.7 estabelece no seu ponto 1 que as reuniões da CMSV poderão ser abertas ao público sempre que a ordem do dia o justificar e assim for deliberado pela maior dos seus membros, o que deve ser feito na sessão anterior.

Por aquilo que estas duas fontes avançam, Augusto Neves levou para a sessão de hoje a mesma proposta da reunião anterior e que foi chumbada: análise e aprovação das actas das sessões anteriores, apresentação do relatório de actividade do ano económico, aprovação da conta de gerência de 2021… Segundo Celeste da Paz, já são quase vinte as actas à espera de serem aprovadas, “o que comprova a inoperância da CMSV”.

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De novo, dizem Anilton Andrade e Celeste da Paz, o edil não aceitou a inclusão das propostas da UCID e do PAICV no plano de trabalho. E, na mesma senda, os vereadores da oposição tentaram incluir na agenda da reunião a eliminação das deliberações tomadas por Neves e os vereadores do MpD na polémica reunião do dia 2 de janeiro deste ano, que calhou num domingo. Nesse encontro, que decorreu sem a presença dos eleitos da oposição, foi aprovado o nome do jurista Armindo Gomes como representante da CMSV no Conselho de Administração da Zona Económica Especial Marítima de S. Vicente, além de outras matérias.

Essas decisões acirraram ainda mais a conturbada relação política entre Neves e a oposição na CMSV, sendo neste momento o grande travão que emperra o funcionamento normal da Câmara. E, a acreditar em Celeste da Paz, a oposição não pretende abrir mão nessa matéria, pelo que o pomo da discórdia parece estar definitivamente instalado, apesar dos discursos de “abertura ao diálogo”.

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O jornal Mindelinsite tentou falar com o edil Augusto Neves, mas ele estava ocupado. O nosso jornalista ficou algum tempo à espera, mas sem poder entrar em contacto com a secretária do autarca para o efeito. Deste modo, o jornal fica à disposição do presidente da CMSV para apresentar a sua versão dos factos quando bem entender.  

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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