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UCID denuncia contínua desigualdade no acesso à Educação em Cabo Verde

A UCID convocou a imprensa hoje no Mindelo para denunciar, entre outros, as a continuidade das dificuldades no acesso à educação em Cabo Verde, prestes que está a conclusão de mais um ano lectivo e o arranque dos preparativos para o próximo. Esta constatação ocorre ainda no término de mais um ano Parlamentar e antecede o debate do Estado da Nação pelo que, de acordo com Dora Pires, cabe aos deputados fazer uma reflexão em todas as áreas e sectores. 

O propósito desta reflexão, diz a deputada democrata-cristã, é chamar a atenção das autoridades para alguns aspectos e trazer também sugestões para o Ministério da Educação levar em consideração e assim melhorar o ensino em Cabo Verde. “Poderia ter sido feito mais. Ainda continuamos com professores desanimados e com muitas situações por resolver. Alguns pendentes foram solucionados e é de louvar o esforço do ME, mas há necessidade de fazer mais. Não podemos aceitar professores irem para reforma sem a sua promoção e carreira organizada. E hoje recebem um salário inferior ao devido, depois de uma vida dedicada à Educação. Queremos que seja dada mais atenção aos professores e que não haja mais contratos precários”, declarou Dora Pires, numa breve avaliação do sector da Educação. 

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Relativamente a dificuldade no acesso à educação, a deputada destaca o caso das crianças provenientes de famílias com dificuldades sociais e económicas que, do seu ponto de vista, sofrem significativas perdas de aprendizagens, com consequências directas no futuro e na fragilização das oportunidades de mobilização social. “Continuamos a ter crianças em situações de vulnerabilidades emocional e psicológico devido a situação familiar e muitas na rua sem estar a frequentar a escola. Com a Covid houve alunos que ficaram para trás, houve perda de aprendizagem, não conseguiram acompanhar as novas formas de ensino, e também por falta de material e comunicação”, frisa. 

Dora Pires reconheceu que Cabo Verde teve uma taxa de aprovação no ano 2021/2022 no Ensino Obrigatório de 83,9% e, no Ensino Secundário de 73,7%, num universo de 130 mil alunos inscritos. Ainda: uma taxa de abandono de 01% no EO e de 1,5% no Secundário, mas acredita que é possível fazer mais, bastando para isso combater a pobreza extrema, a baixa renda e a falta de acompanhamento, bem como as assimetrias regionais, a violência nas salas de aulas e aos escolas. 

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Estamos a terminar este ano lectivo com muita insatisfação no corpo docente, nos pais e encarregados de educação. Gostaríamos pois de alertar ao governo sobre alguns aspectos que precisam ser melhorados e a ter atenção na preparação do próximo ano lectivo”, sublinha, apontando várias sugestões, designadamente a revisão dos agrupamentos  para evitar, de entre outros, que os pais sejam obrigados a enfrentar enormes filas para inscrever os seus educandos no 1 ano.  

Outra proposta apresentada por Dora Pires é que o pré-escolar assumido 100% pelo governo, ou seja, que seja gratuito e obrigatório, com o argumento de que a primeira infância deve ser bem cuidada e todas as crianças devem ter direito de frequentar pelo menos os dois últimos anos do jardim. A estes juntam ainda a disponibilização de manuais para todos as disciplinas do ensino obrigatório, com venda no inicio do ano lectivo, em todas as livrarias e escolas de Cabo Verde. 

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Esta eleita nacionais chama ainda a atenção para a formação dos vigilantes, monitores e professores do pré-escolar para se poder proporcionar às crianças um inicio de formação da melhor forma, tendo em conta que é nesta faixa etária que se começa a aprendizagem e a aquisição de conhecimentos para a vida. Desafiou, ainda, o Governo a reforçar a Educação Técnico-Profissional, realçando que o país precisa de mão de obra qualificada nas diferentes áreas.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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