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Sokols acusa empresa de boicotar publicação de cartaz com rosto dos deputados por SV que votaram a favor do Estatuto Especial da Praia

O movimento Sokols acusou ontem a empresa Logoprint de tentar boicotar a colocação do prometido cartaz com o rosto dos deputados por S. Vicente que votaram a favor do Estatuto Especial da Praia, apesar de terem negociado e pago pelo serviço. O grupo cívico planeou publicar o outdoor ontem de manhã junto à rotunda da Rotary Clube na praia da Lajinha, mas deparou com uma série de entraves alegadamente levantadas por essa empresa sediada na cidade da Praia para honrar com os compromissos assumidos, tendo sido obrigado a cancelar os planos.

“Estranhamente, para publicarmos um mero cartaz em S. Vicente, precisamos da autorização de uma empresa sediada na Praia, que parece monopolizar o sector da comunicação via outdoor. O mais estranho é termos mesmo assim pago 34.500$00 por esse serviço e de repente começarem a criar problemas sem qualquer motivo e lógica”, desabafou Salvador Mascarenhas. Segundo o líder do Sokols, a empresa chegou a exigir o pagamento extraordinário de 10 mil escudos pela aplicação do cartaz na moldura metálica, aceitou essa exigência de última hora, mas, mais uma vez, a empresa rejeitou. 

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Para Salvador Mascarenhas, esse comportamento é um sinal claro que a Logoprint está a tentar proteger a classe política. Aliás, diz, antes de chegarem a acordo, a mesma chegou a enviar uma nota a dizer que o Sokols não podia publicar nada de carácter político ainda mais nesta altura de pré-campanha eleitoral. “Mas qual a autoridade que têm para falarem desta forma? Abordamos a nossa advogada que pediu que nos indicassem a lei que suporta essa posição”, revela Mascarenhas.

Para esta fonte, a atitude da empresa é um manifesto acto de censura, que visa bloquear um legítimo acto de cidadania activa para proteger os seus interesses comerciais junto do poder político. Prova disso, prossegue, é o facto de a Logoprint monopolizar a colocação de cartazes nos municípios, o que lhe dá um tremendo poder tanto para “jogar” com a concorrência empresarial como para prestar vassalagem à classe política.

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“Monopólio revoltante”

A elaboração do outdoor foi feita pela empresa mindelense Multitons, que foi também o canal de contacto com a GRP. Segundo o gestor Lenine Reis, todo o expediente foi negociado e o preço pago em tempo, pelo que decidiram emoldurar o outdoor ontem de manhã, cientes de que tudo estava pronto. A verdade é que foram impedidos de fazer isso.

“Enquanto empresa, esta situação é simples para a Multitons. Fomos contratados para fazer um serviço, negociamos com a Logoprint por email, apresentaram as condições e cumprimos. Disseram-nos que tinham 3 outdoors vencidos nesta zona junto à rotunda da Rotary Clube na Lajinha e aceitamos essa localização”, explica o responsável da Multitons.

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Segundo Lenine Reis, quando se preparavam para fazer o trabalho foram informados que deveriam pagar mais dinheiro pela aplicação do cartaz nas molduras. “Normalmente, a aplicação do outdoor é de graça, mas, como fomos nós a fazer a impressão, quiseram cobrar por esse serviço já que essas estruturas metálicas lhes pertence”, explica esta fonte. Mediante essa exigência de última hora, continua Lenine Reis, enviou um email para a Logoprint informando que a Multitons podia fazer a aplicação e deu andamento ao trabalho. 

Para este gestor empresarial, o facto de haver uma empresa que monopoliza o sector dos outdoor é revoltante. Este afirma que tem visto muita polémica nesta área nos anos que tem estado envolvido no mundo da publicidade, nomeadamente devido a boicotes na publicação de outdoors em S. Vicente. “Eu mesmo já pedi autorização à Câmara de S. Vicente para colocar um cartaz junto ao aeroporto Cesária Évora e fui informado que deveria tratar o assunto com a GRP. Para mim isto pode ser um sinal de que há um acordo de exclusividade entre a CMSV e essa empresa”, diz Lenine Reis.

Essa situação, prossegue, cria fortes limitações às empresas do sector, que acabam por ficar dependentes da vontade da Logoprint. Esta empresa, enfatiza, tem o poder de bloquear a actividade da concorrência, pelo que, na opinião de Lenine Reis, esse assunto precisa ser esclarecido e resolvido.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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