SG da ONU considera Cabo Verde um “país admirável”, mas vítima da insularidade e de uma “ordem internacional injusta”
O Secretário-Geral das Naçoes Unidas afirmou esta manhã que Cabo Verde é um país admirável do ponto de vista da “boa governação” e do esforço para o desenvolvimento sustentável, mas é vítima da sua insularidade e de uma ordem internacional “profundamente injusta” no plano financeiro e do comércio. Por esta razão, disse o chefe máximo da ONU, quis exprimir ao Presidente José Maria Neves a “total solidariedade” da organização e fazer votos para que o arquipélago seja recompensado pela comunidade internacional pelo esforço desenvolvido nomeadamente ao nível da preservação dos oceanos.
António Guterres, que foi recebido em audiência no Palácio do Povo, na cidade do Mindelo, enfatizou que o objetivo fundamental do encontro foi prestar homenagem a Cabo Verde pelos motivos expostos. Após lembrar que este é o ano do centenário de Amilcar Cabral, enfatizou que o ex-combatente da liberdade da Guiné-Bissau e Cabo Verde é uma referência fundamental para a ONU. “E como português tenho uma dívida de gratidão a Amílcar Cabral, que não posso esquecer, pelo seu contributo para a democratização do meu próprio país e a descolonização”, fez questão de realçar Guterres, que se encontra em S. Vicente no âmbito da Cimeira dos Oceanos, evento realizado esta manhã na cidade do Mindelo, enquadrado no programa da regata The Ocean Race.
Além do SG da ONU, José Maria Neves recebeu no Palácio do Povo o Embaixador da Irlanda, Halph Victory, o ex-Presidente das Ilhas Seychelles e António Costa, Primeiro-ministro de Portugal. O Chefe de Estado tinha na agenda um encontro com o ministro Abraão Vicente, responsável pelas pastas do Mar, da Cultura e das Indústrias Criativas.