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Retoma do transporte marítimo de passageiros na próxima segunda-feira com fortes medidas preventivas

O transporte marítimas de passageiros interilhas vai ser retomado na próxima segunda-feira, 11, com excepção das ilhas de Santiago e Boa Vista. Estão previstas duas ligações diárias entre S. Vicente e Santo Antão, duas semanais entre S. Vicente-S. Nicolau-Sal e três semanais entre as ilhas do Fogo e Brava. A informação foi avançada esta manhã em conferencia de imprensa pelo ministro dos Transportes e da Economia Marítima, Paulo Veiga, que anunciou um conjunto de medidas que serão adoptadas para evitar o a circulação do vírus entre as ilhas, sendo um dos mais relevantes a redução para 50% ou até 30% do número de passageiros.

De acordo com este governante, a autorização fica condicionada de forma a que o embarque e desembarque de passageiros seja feitas mediante check-in, medição de temperatura corporal, distanciamento de dois metros com fitas de sinalizações nos gares e nas entradas dos navios. Os passageiros terão, obrigatoriamente, de usar máscaras, que podem ser adquiridas, também, nos guiches das agencias dos navios. “A lotação das embarcações vai ser reduzida e o sentar nos barcos vai ser em forma de xadrez por forma a permitir o distanciamento social. Dependendo da embarcação, a lotação pode ser reduzida entre 50 até 30% da capacidade. Assim, o navio que faz  a linha São Vicente-Santo Antão poderá transportar ate 200 pessoas e o que ira ligar as ilhas de São Vicente, São Nicolau e Sal, a volta de 150 pessoas”, explicou Paulo Veiga, referindo as embarcações Chiquinho e Interilhas. 

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A redução da lotação dos navios terá forte impacto nas contas das empresas pelo que, de acordo com o ministro, já estão a analisar com a concessionária forma de reduzir as despesas. Realça no entanto que, neste momento, a saúde das pessoas está em primeiro lugar. “A nossa prioridade, nesta altura, é a não propagação do vírus. Sabemos que estas medidas terão impacto porque há uma redução significativa na lotação dos barcos e, consequentemente, das receitas. O Estado terá de assumir isso. Pendo que a indemnização compensatória  vai poder permitir as ligações interilhas, mas estamos a analisar com a empresa formas de minimizar estes impactos.”

Com a divulgação das novas rotas entre as ilhas, pelo menos temporariamente, o transporte marítimo passa estar centralizado em S. Vicente, mas esta é uma realidade que as autoridades optam por deixar em segundo plano, até para não ferir sensibilidades. Certo é que todos os navios e gares marítimas passam a ter um Plano Sanitário que, segundo Veiga, já foi dado a conhecer à Cabo Verde Interilhas e à Enapor, esta última enquanto gestora dos gares e portos do país. “A lotação e permanência de passageiros nos gares passa a ser controlada para se poder manter o distanciamento. Todos os portos – já estava e foi reforçada – vão ter de disponibilizar um espaço para isolamento para acolher os casos suspeitos de covid-19, que será aprovado pelo MS e terá pessoal da saúde em permanecia para fazer o rastreio. Ao medir a temperatura aos passageiros, se alguém estivera além do normal será recolhido ao espaço para ser examinado por pessoal técnico, que dirá se este pode ou não prosseguir viagem”, detalha. 

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A tripulação, de acordo com o ministro, ja é obrigada a usar EPIs, mas agora juntar a estes as máscaras. Igualmente, o pessoal que faz atendimento nos salões  que, para além das máscaras, terá de usar luvas. Este plano implica ainda a desinfecção frequente dos navios, consoante as recomendações das autoridades sanitárias, e a suspensão da venda de bebidas alcoólicas. Para isso, os balcões dos bares serão interditos e, qualquer compra, terá de ser distribuído pelos corredores dos navios, incorporando assim uma pratica da aviação civil.“Estas medidas são, basicamente, para minimizar a movimentação e aglomeração de pessoas”, pontua.

Viagens excepcionais

Excepcionalmente, alerta Paulo Veiga, poderá ser autorizado o transporte de passageiros de origem ou destino em Santiago e Boa Vista, designadamente em caso de emergência de saúde. Sobre este particular, o titular da pasta dos transportes explica que, em caso de impossibilidade de uma evacuação por via aérea, esta terá de ser feita por via marítima, lembrando que os dois hospitais centrais de Cabo Verde estão em Santiago e São Vicente. Mas os casos serão analisados e tomados todas as precaução determinadas pelo ministério e acompanhados por técnicos de saúde.

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No controlo do embarque e desembarque de cargas, prossegue, as autoridades portarias vão continuar com a descontaminação, através da pulverização das cargas e viaturas. Haverá ainda um reforço das autoridades no exterior dos portos para controlar e organizar as viaturas de mercadorias e os passageiros na entrada dos portos para evitar a aglomeração. “Quanto à compra de bilhetes, o diploma que autoriza a retoma do transporte marítimo de passageiros prevê que os operadores possam fazer descontos para incentivar a utilização das plataformas electrónicas e também a antecipação da hora de viagens por forma a diminuir as filas. Queremos minimizar as filas e o tempo que se passa nos gares para fazer o embarque”.

Para além das duas viagens diárias entre as ilhas de S.Vicente e Santo Antão, das duas semanais entre S.Vicente-S.Nicolau-Sal, ida e volta, e ainda das três semanais entre Fogo e Brava, o navio Praia d’ Aguada garantirá o transporte de cargas entre as ilhas de Santiago, Fogo, Boa Vista e São Vicente. De fora fica apenas ilha do Maio que, admite Veiga, tem uma ligação umbilical com Santiago. No entanto,  as pessoas desta ilha poderão viajar para as ilhas do Fogo ou São Vicente, sem desembarque em Santiago. Perante esta nova realidade dos transportes marítimos, o ministro deixou um apelo para as pessoas viajarem apenas em caso de necessidade. 

“Continuamos em estado de contingência e com o vírus no país, portando, da mesma forma que apelamos as pessoas a ficarem em casa por livre arbítrio, também pedimos agora para viajarem somente se for indispensável e necessário para que não haja aglomerações e nem viagens sem motivos. Percebo que há uma ligação familiar, social e cultural muito Fort entre as ilhas de São Vicente e Santo Antão, mas pedimos para evitarem o máximo possível fazer viagens para visitas ou passeio”, apelou, lembrando que o vírus da covid-19 não anda, é transportado por pessoas. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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