Recorde de novos inscritos em S. Vicente no último dia do recenseamento eleitoral
O último dia de recenseamento foi marcado em S. Vicente pela inscrição de mais 541 eleitores nos cadernos, na sua maioria jovens dos 18 aos 24 anos, o que constitui um recorde nos últimos quatro anos. Para o efeito, a Comissão Regional de Recenseamento Eleitoral teve que trabalhar até a meia-noite e mesmo assim três pessoas não puderam concluir o processo, apesar de estarem na fila de espera. Como explica Humberto Mota, a lei é rigorosa e, caso fosse aberta essa excepção, teriam problemas porque o sistema regista a hora e o dia da inscrição.
Como Humberto Mota estava à espera, centenas de pessoas procuraram esse serviço na última semana para serem recenseadas. Esse fenómeno provocou filas durante horas em frente à sede da Comissão, em Monte Sossego, e, para piorar as coisas, anteontem o serviço sofreu um corte de energia eléctrica, que só foi reposta ao meio-dia. Como resultado, vários interessados que chegaram às 8 horas acabaram por desistir. No entanto, muitos regressaram no dia seguinte, tendo a Comissão recenseado 231 novos eleitores.
Para Humberto Mota, essa avalanche era aguardada porque, diz, o cabo-verdiano continua a deixar as coisas para a última hora. E os factos demonstram, acrescenta, que os recenseamentos continuam a andar a reboque das eleições. Ou seja, o número de inscritos tende a disparar no ano eleitoral, muito por conta da pressão dos partidos sobre a camada juvenil. E, para Humberto Mota, é evidente que a procura por esse serviço é resultado dos contactos no terreno das candidaturas à Câmara Municipal de S. Vicente.
“Esta procura é sinal que os partidos estão no terreno a trabalhar na mobilização de novos eleitores. Repare que durante estes últimos anos tivemos pouco mais de 100 novos inscritos por ano. De repente conseguimos picos superiores a 200 novos inscritos num único dia. Isto é extraordinário”, comenta Mota, especificando que a Comissão registou em 2017 mais 124 eleitores, 97 em 2018 e 193 em 2019. Entretanto, atingiu anteontem 231 novos inscritos e ontem bateu o recorde com 541 pessoas.
S. Vicente com mais de 52.000 inscritos
O circulo eleitoral de S. Vicente poderá contar com mais de 52 mil inscritos nos cadernos, pelas estimativas da referida fonte. Isto depois de efectuada a “limpeza” das duplas inscrições, transferências e óbitos. Isto significa, segundo Humberto Mota, que S. Vicente não corre o risco de perder deputados nas eleições Legislativas, tal como chegou a recear no mês de Maio. De lá para cá, a Comissão de Recenseamento conseguiu atingir a meta almejada de mais 3.000 novos inscritos.
Os cadernos eleitorais serão expostos para consulta pública e reclamação até 55 dias antes do dia da votação, isto é no início de Outubro. A partir de agora, a Comissão vai fazer o saneamento dos mesmos.
Tendo em conta a experiência dos recenseamentos, Humberto Mota diz que não faz sentido manter comissões abertas de forma permanente em 22 municípios durante um ano inteiro e ficarem praticamente às moscas. “O apelo que faço é que os partidos analisem esta situação com cuidado. O melhor seria voltarmos ao sistema anterior, que funcionava no período próximo das eleições, mas era mais produtivo e menos custoso. Agora temos uma comissão aberta, mas que não tem trabalho que justifique ao longo do ano”, frisa Mota, lembrando que , no caso de S. Vicente, a Comissão chegou a recensear em média 100 pessoas por ano, de 2017 a 2019. Agora em 2020, ano das eleições quase que chegou aos 3.000 novos inscritos.