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PAICV não vê motivos para se falar em eleições antecipadas neste momento para a CMSV

O PAICV-SV estranhou o facto de Augusto Neves ter admitido a hipótese de eleições antecipadas em S. Vicente logo no seu discurso de empossamento enquanto presidente reeleito. Segundo Alcides Graça, esse cenário só se justifica em caso de intensa instabilidade política e lembrou que a convocação de um novo escrutínio terá de acontecer com base legal. Este lembrou que o presidente não tem autoridade para derrubar a Câmara e assegurou a disponibilidade do PAICV em colaborar em prol da gestão da ilha de S. Vicente.

“O povo de S. Vicente não merece sujeitar-se a uma eleição antecipada, tão pouco Cabo Verde. Vamos respeitar a vontade do voto popular, que quis uma Câmara e uma Assembleia Municipal plural, pelo que nunca seremos uma forca de bloqueio”, realçou Alcides Graça.

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Para o responsável do PAICV em S. Vicente, o resultado das urnas mostrou claramente o desejo do eleitorado mindelense de ver uma gestão partilhada dos destinos da ilha de S. Vicente. Este realçou que o povo não quis atribuir uma maioria absoluta a uma candidatura pelo que Augusto Neves deve assumir o poder com humildade politica. No entanto, para ele, Neves reinou no mandato anterior como se o amanhã não existisse, assumindo uma posição de arrogância e autoritarismo, tendo chegado ao ponto de ofender dirigentes regionais e nacionais da oposição. Segundo Graça, o edil Augusto Neves tem estado habituado a governar com maiorias folgadas, mas agora o cenário é completamente diferente, o que exigirá dele humildade para dialogar e chegar a consensos. E vai assegurando que, apesar da vontade do PAICV em colaborar, estará atento para defender os interesses do povo de S. Vicente.

Quanto a polémica composição da Mesa da AMSV – que acabou assumida por Dora Pires (UCID) e não Lídia Lima (MpD) -, esse politico enfatizou que a lei permite a coligação dos partidos para a escolha do presidente desse órgão. Logo, a seu ver, não há motivos para a reação do MpD, que considerou o acordo politico entre o PAICV, UCID e o movimento MIMS um assalto ao poder. Aliás, frisa-se, o movimento liderado pelo empresário Nelson Lopes acabou por ficar numa posição confortável, pois, apesar de ter sido a forca menos votada e eleito apenas um candidato, foi-lhe atribuído a vice-presidência da AMSV.

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Na sequência da votação para a Mesa definitiva, Leila Lima, a candidata do MpD e a mais votada para a AMSV, chegou a apelidar essas forcas politicas de “assaltantes”. Em relação a este episódio, Graça realçou que há períodos em que as pessoas ficam numa situação aflitiva – como era esse caso – e acabam por ter reações infelizes. “Vamos desconsiderar isso e garantir a estabilidade governativa de S. Vicente”, enalteceu Alcides Graça, que apelidou o PAICV de um partido dialogante e democrático.

Até hoje Augusto Neves não convocou os vereadores eleitos para qualquer encontro, pelo que, segundo Graça, estão à espera disso para saberem como será feita a distribuição dos pelouros.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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