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PAICV considera que declarações do MM demonstram incapacidade do Governo de resolver o problema do sector marítimo

O presidente do PAICV afirmou esta manhã que as declarações públicas do ministro Abraão Vicente sobre a CV Inter-ilhas demonstram a incapacidade do Governo de resolver o problema bicudo que atinge o sector dos transportes marítimos em Cabo Verde. Segundo Rui Semedo, o papel do Ministério do Mar não é questionar e chamar a atenção pública das empresas, mas sim resolver os constrangimentos identificados. Acrescenta o líder do partido da estrela negra que a própria sociedade não fica satisfeita apenas com as críticas porque o que na verdade precisa é ver os barcos ligando as ilhas de forma regular.

“O Governo tem de ir mais além, mas deu um sinal de que não há espaço para diálogos fecundos e saudáveis com os seus próprios parceiros. Quando se vem à praça pública chamar atenção para os problemas é prova de impotência”, considera Rui Semedo, que fez esta análise minutos depois de terminar uma visita ao ministro Abraão Vicente na cidade do Mindelo, a primeira a ser realizada ao Ministério do Mar e a primeira actividade do programa oficial de Semedo na ilha de S. Vicente.

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Bastante contundente, o líder da oposição enfatizou que os males instalados nos transportes marítimos já chegaram a tal ponto que se torna impossível continuarem escondidos por debaixo do tapete. O quadro é tão crítico que, segundo Semedo, o próprio Governo decidiu vir a público assumir as dificuldades que assolam o sector. Na sua perspectiva, isto vem dar razão às chamadas de atenção do PAICV, mas, segundo Semedo, fica triste por ver que muitos custos poderiam ser evitados se o Governo tivesse ouvido as preocupações do partido. “Não nos interessa ter razão, o mais importante é que haja disponibilidade para o diálogo entre quem governa, a oposição, a sociedade e os operadores. Ninguém é dono da verdade e temos de trabalhar juntos”, frisa Rui Semedo.

Questionado se foi informado pelo ministro do Mar da resolução do problema de ligação com a ilha de S. Nicolau – que deve ficar sem viagens martítimas até o dia 10 – Rui Semedo respondeu negativamente. E lembrou que não é só S. Nicolau que está afectada, mas também Brava, Fogo, Sal… “enfim, o problema é global com algumas ilhas mais prejudicadas que as outras.” Rui Semedo deixou claro que tudo isto ocorre porque há poucos navios disponíveis para cobrir as rotas.

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Ontem, recorde-se, o ministro Abraão Vicente fez referência a este problema, tendo informado que neste momento a CVI funciona só com os navios Dona Tututa, Chiquinho e Liberdadi, que são manifestamente insuficientes para cobrir a demanda. Isto quando, conforme o ministro do Mar, há embarcações disponíveis que podem ser afretadas pela empresa.

Durante uma conferência de imprensa, A. Vicente criticou a decisão da CVI de mudar de forma unilateral as ligações marítimas e assegurou que o Governo vai aplicar uma “coima singificativa” à companhia. Conforme apurou o Mindelinsite, a Direção Nacional das Políticas do Mar deve concluir ainda hoje a instrução do processo.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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