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CVI volta a suspender viagens do San Gwann: Passageiros revoltados recusam abandonar navio

Os passageiros que deviam seguir viagem hoje no catamarã San Gwann – cuja saída do Porto Grande em São Vicente estava agendada para as oito horas da manhã com destino às ilhas de São Nicolau, Boa Vista e Santiago – revoltaram-se com o cancelamento da ligação, a segunda consecutiva em dois dias, e recusaram abandonar a embarcação.  Ao que o Mindelinsite conseguiu apurar, o clima esquentou e foi inclusivamente chamada a Polícia Marítima para obrigar os passageiros a desembarcarem. No entanto, as autoridades não chegaram a esse ponto, tanto assim que ainda várias pessoas estão dentro do barco e outras em cima do cais. A CV Interilhas garante que a viagem foi cancelada porque não foi autorizada pelo Instituto Marítimo e Portuário (IMP), alegadamente devido ao mau estado do tempo. 

O rebuliço no caís de cabotagem do Porto Grande de São Vicente começou logo de manhã cedo. Segundo informações apuradas por este diário online, os passageiros chegaram a embarcar no navio, que tinha como destino S. Nicolau, seguindo depois para Boa Vista e Santiago, mas pouco depois foi-lhes comunicado que teriam de sair. “Os passageiros ficaram revoltados e recusaram determinantemente deixar o navio. Foi preciso chamar a policia, que coordenou o desembarque”, revela uma fonte do Mindelinsite. Esta lembra que ontem os passageiros sequer chegaram a embarcar, alegadamente devido as condições do tempo, quando na verdade estiveram a reparar uma avaria no San Gwann.

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O assessor de comunicação da Cabo Verde Interilhas garante que o navio está operacional e que a viagem que deveria acontecer na manhã desta quinta-feira foi cancelada por determinação do Instituto Marítimo e Portuário. “Se fosse pela CVI, o San Gwann efectuava a viagem prevista para hoje, mas o IMP interditou a saída do navio, alegando que o tempo não está favorável”, informa. Quanto à recusa dos passageiros de abandonar a embarcação, Jorge Martins limita-se a dizer que a CVI não pode realizar a viagem sem aval do IMP. “Não depende de nós”, pontua, realçando que a empresa aguarda apenas a autorização da autoridade marítima e portuária para operar. 

Do lado do IMP, o administrador Manuel Vicente desafia a CV Interilhas a apontar as causas reais para o cancelamento da viagem, ao invés de responsabilizar o Instituto. “Somos uma autoridade marítima com atribuições de velar pela segurança das pessoas”, indica o comandante, admitindo que, de facto, o tempo neste momento não permite a realização de viagens, o que levou o IMP a emitir um alerta. “A realização ou não das viagens depende do comandante do navio. O IMP limita-se a alertar para as condições de segurança, mas não interfere na gestão e nem na decisão da companhia ou do comandante do navio. Não nos cabe proibir a realização de viagens. Agora, entendemos que a segurança é um bem de todos. É lamentável que digam que o IMP não permitiu realizar a viagem”.

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Já a Policia Marítima, através do subchefe Herculano Miranda, explica que   receberam na manhã de hoje os documentos de viagem, que indicavam que o navio estava operacional e fizeram o seu trabalho, isto é, coordenaram o embarque dos passageiros. Entretanto, após o embarque, perceberam que a avaria que já tinha manifestada ontem, não foi devidamente reparada. “Informaram então a Polícia Marítima que esta devia proceder ao desembarque dos passageiros, mas estes revoltaram-se. Ficaram chateados porque a viagem já tinha sido suspensa na quarta-feira e voltou a ser cancelada hoje, o que é compreensível porque as pessoas têm os seus compromissos e a sua vida”, explica este oficial da PM.

Para Herculano Mirando, este é um problema que poderia ter sido evitado se a Cabo Verde Interilhas tivesse precavido. “Sabiam que estavam com avaria, então não deviam ter autorizado a PM a fazer o embarque dos passageiros”, frisa.

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Estas declarações deitam por terra a informação avançada pela companhia, que justificou o cancelamento com as condições meteorológicas, ou seja, o mau estado do tempo.

Constânça de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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14 Comentários

  1. Gostei das intervenções quer do Sr. Comandante Manuel Vicente, quer do Sr. Sub-Chefe da Polícia Marítima, ambas em nome das respectivas Instituições, chamando o boi pelo nome.
    A CV InterIlhas que assuma as suas responsabilidades sem atirar areia para os olhos dos utentes e, dos cidadãos deste Pais.
    Se pela sua ineficiência e incompetência demonstradas não são capazes de dar resposta ao que vieram que desandem e, deixem os Armadores Nacionais com provas de competências dadas nesse ramo, Transporte Marítimo entre as nossas Ilhas, assumirem essa responsabilidade porque, aí sim, o Povo destas Ilhas e, o País, sairão a ganhar.

  2. O navio está com avaria num dos motores, desde que saiu do porto da Praia com destino á Boa Vista e Sal.
    Sejam responsáveis e sinceros.

  3. É bem feito. Tudo culpado é de Olavo Correia, Ulisses, e do santíssimo jose Gonçalves, ki panha nos barcos cu monton de dinhero entrega português di mão beijada. Caboverdeanos ca merece bens de cabo verde pa explora.

  4. Tenham calma!!!
    Não se esqueçam que o Kélvin da Luz ainda não veio vos explicar a verdade sobre o que se está a passar.
    Ainda ele não disse que tem provas que o Administrador do IMP e o Sub-chefe da polícia marítima estão a mentir.
    Que eles são uns mentirosos, uns bandidos, que se ele pudesse ele dava-lhes com um gato morto na cara, enfim aquela linguagem que é a única que ele sabe utilizar e aquela certeza que só ele é que pode ter no que diz.
    Esperem com calma, até quando ele decidir dizer alguma coisa, aí sim, com base no que ele disser, vocês poderão dizer alguma coisa também.
    É sempre muito precipitado falar, antes de conhecer a posição do Kélvin, já que ele tem sempre toda a razão.
    E como sabem, ele não brinca. Todo ele, é discórdia e confusão.

  5. “A CV Interilhas garante que a viagem foi cancelada porque não foi autorizada pelo Instituto Marítimo e Portuário (IMP), alegadamente devido ao mau estado do tempo. ” ????
    Nhos cre meti dedu na odjo di cabuverdianos
    IMP dja disminti…agora??????

  6. O que aconteceu com as publicidades da CVI que jamais isto acontecia? Posha, pararam de circular tao rapido assim? Jogar com mente das pessoas tem vida CURTO. E assim sera esse Transinsular quando MPD perder eleicao; tem vida CURTO mas vao deixar uma economia nacional em CAOS na saida.

  7. Foram apanhados na mentira.
    Alegadamente,pelas informações do IMP,a CVI está a mentir.
    O Sr.Paulo Veiga devia vir a terreno.
    Ele tem sempre falado,a dar notícias da CVI quando são aparentemente boas.
    Será que essa gente vai ganhar a confiança do cidadão comum.
    O governo que se cuide, porque neste processo está enrolado até ao pescoço.
    O negócio não vai resultar.
    Sem barcos em condições,para passageiros e carga- carga a sério- não é para carregar Toyota Dyna ou Hilux a coisa não vai resultar.
    Tudo ficará na mesma.
    São preciso um mínimo de 4 navios maiores que o Interilhas.
    Não vale tapar o Sol com a peneira,meus caros.

  8. A vida de um caboverdeano “normal” hoje foi : Levantar cedo apanhar barco para Porto Novo ir buscar verdeuras, hortaliças e frutas e vir vender em S.Vicente. Infelizmente ses vida está afectado porque o governo deu cabo do negocio entregando em monipolio o transporte maritimo a uma empresa estrangeira.
    A vida do Secretário de Estado de Estado de Economia Maritima, Paulo Veiga : Hoje sentando na relax no Café “CREMOSITOS” entre as 8: 45 e as 9:30, tranquilo de vida … a beber cafe, agua a jogar conversa fora enfim … a Despachar. Depois el levantou deu 7 passos entrou no Toyota Jeep V8, Chapa Amarela … e o condutor lhe levou para o Edificio Comando da Marinha onde ele entrou e terá dirigido a sua sainha para ir curtir um pouco la Bella Vita de Govenante em Cabo Verde

  9. Mau tempo como, se mrliso tem estado a viajar (servindo o povo Sanicolauense), nesses dias sem nenhum problema? Como disse o outro, deixam de “meter” dedos nos olhos dos Cabo Verdeanos…

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