Pub.
Pub.
Atualidade

Alcides Graça acusa CMSV de ser inoperante e principal entrave ao desenvolvimento de S. Vicente

O responsável da comissão política do PAICV em S. Vicente acusou a equipa camarária de inoperância durante os 12 anos de poder do edil Augusto Neves e de ser o principal entrave ao processo de desenvolvimento da ilha do Porto Grande. Segundo Alcides Graça, que falava à imprensa na ETAR da Ribeira d’Vinha, a gestão autárquica mindelense é “sem dúvida” um dos executivos mais fracos do país, como indicam os desempenhos do presidente e dos vereadores.

Como Graça relembra, o autarca Augusto Neves vai no seu terceiro mandato e, no entanto, não conseguiu até hoje resolver os problemas estruturantes de S. Vicente, tais como a segurança na Estação de Tratamento de Águas Residuais – onde uma criança morreu após cair num dos tanques -, o estado da lixeira municipal – “uma questão de saúde pública” -, o crescimento dos bairros informais – “por falta de uma política de habitação social” -, o estádio Adérito Sena – “que aguarda ainda a credenciação para jogos internacionais”. Além disso, prossegue Graça, a CMSV sequer teve capacidade para aprovar o seu Plano Director Municipal, o seu presidente evita atender e receber em audiência investidores e não foi capaz de assinar um único acordo de geminação com outras câmaras e de aproveitar os existentes.

Publicidade

“Pelo contrário, transformou os recursos do município em moeda de troca para prestar favores aos cabos eleitorais, amigos e financiadores de campanha, como se os tivesse herdado dos seus pais”, critica Alcides Graça, que traz como exemplo a questão da academia Carlos Alhinho, a cedência da histórica Pracinha dos Namorados para um empreendimento comercial, a transformação do ex-Consulado Inglês em hotel, a venda dos terrenos em Santa Filomena… “Isto sem falar dos terrenos que vem vendendo num processo que inclui uma doação, de duvidosa legalidade. Se calhar, é por isso mesmo que não está interessado em aprovar o Plano Diretor Municipal”, especula o secretário do PAICV na cidade do Mindelo.

Segundo Graça, numa tentativa de desviar a atenção dos mindelenses para o seu “fraco desempenho”, o edil Augusto Neves resolver levantar a bandeira da Regionalização, “como se fosse o maior defensor da Regionalização”. Para Graça, a Regionalização é um propósito defendido por São Vicente e certamente que a ilha continuará a lutar para atingir esse objectivo.

Publicidade

“É preciso questionar com toda a responsabilidade a razão do falhanço da aprovação da proposta de lei que cria as regiões administrativas. A culpa certamente não pode estar só de um lado”, diz Graça, numa clara resposta às posições tanto do autarca Augusto Neves como de Maria Trigueiros, presidente do MpD em S. Vicente, que atribuíram ao PAICV a culpa pelo chumbo do diploma da Regionalização no Parlamento. “Agora, continua Graça, esta tentativa de imitação do Dr. Onésimo Silveira ou da Dra. Isaura Gomes é tosca e não está ao nível dos imitados e nem de São Vicente.” Para Graça, o edil de S. Vicente não pode continuar a instrumentalizar e usar a ilha como arma de arremesso político e falar em defesa do município só quando lhe convém. Como diz, não ouviu Augusto Neves comentar os dados do Instituto Nacional de Estatísticas que indicam haver 65.000 jovens no desemprego, e muitos deles certamente em S. Vicente. Isto quando o MpD prometeu criar 45.000 empregos e a realidade mostrar que, ao contrário disso, desapareceram 8.775 postos de trabalho em 2018. Segundo Graça, Augusto Neves ficou também calado quando o Governo anunciou o financiamento de 350 mil contos – cerca de metade do orçamento do município de S. Vicente – do mercado do Coco, na cidade da Praia. Logo, para Graça, é preciso haver coerência no discurso político, quando se quer ser levado a sério.

Kim-Zé Brito

Publicidade

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Um Comentário

  1. A culpa do chumbo do projeto de regionalizacao no parlamento pertence ao MPD e ao PAICV porque ambos mostraram que estao mais preocupados com o protagonismo partidario do que com os maiores interesses do pais.
    S.Vicente precisa dum presidente de camara independente. Porque nao Albertino Graca??

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo