Agentes da PN em S. Vicente estão a exigir o pagamento de serviços extras de segurança que prestaram em empresas e cujo desembolso permanece congelado. Segundo o sindicalista Cirilo Sidário, este trabalho facturado pela Polícia Nacional deve ser pago à parte, sem irterferir com o salário, mas desde novembro passado que a instituição nega transferir os montantes devidos.
“Já fizemos de tudo junto do Comando Regional e da direção nacional da PN, mas nada se resolve. O Comandante Interino diz que este assunto está fora do seu controlo, pelo que deve ser tratado com a direção da PN”, conta o presidente do concelho fiscal do Sindicato Nacional da PN.
Segundo Sidário, cerca de noventa por cento do staff da PN costuma prestar esse tipo de serviço em S. Vicente, cada agente recebe em média dez contos, mas acontece que há quase 4 meses que não recebem os valores em dívida. Entretanto, o sindicalista não sabe precisar se essa conduta abrange apenas os policiais do Comando de S. Vicente.
Para o Comandante Manuel Monteiro, a demora no pagamento dos trabalhos extras estará relacionada com a colocação do novo chefe do Comando da PN em S. Vicente. Aliás, Monteiro entende que essa situação será uma espécie de sabotagem por estar neste momento a assumir o comando interino. “Isto porque os superiores da PN não querem que eu esteja a trabalhar correctamente e tentam complicar-me a vida”, comenta.
Segundo este oficial, falou com o director nacional da PN no final de Novembro sobre a situação e voltou a reforçar o contacto em finais de Dezembro, mas sem nenhum efeito. “Nunca dizem nada; não me dão nenhuma resposta. Há uma ruptura na relação comigo e, na verdade, não sei bem porquê”, frisa Monteiro, para quem o problema que esta acaba por penalizar os demais efectivos.
Perguntado se esse alegado comportamento é propositado, como forma de colocar os agentes contra a sua gestão, diz acreditar que não. Alega que tem o seu prestigio conquistado há muitos anos e que nada vai abalar a sua confiança.