Pub.
Pub.
Atualidade

Adiamento da Regionalização: Augusto Neves responsabiliza PAICV e manda recado aos “falsos” filhos de S. Vicente

O presidente da Câmara de S. Vicente responsabilizou esta manhã o PAICV pelo “chumbo” ao diploma- legal da Regionalização e apelidou os deputados desse partido de “falsos filhos” da ilha do Porto Grande. “S. Vicente lutou e continuará a lutar pela Regionalização e autonomia. Isto é um recado aos falsos filhos desta terra que entram na política não com o objectivo de melhorar a vida da população, mas para outros fins. É um recado para os ditos deputados do PAICV, a começar pela Presidente, que querem viver no bem-bom na cidade da Praia e que só conhecem essa realidade”, disse Augusto Neves em conferência de imprensa, ele que atribui ainda uma responsabilidade maior aos eleitos por S. Vicente e que, diz, na hora da verdade esconderam o “rabo à seringa”. Por isso, entende que devem merecer um cartão vermelho por parte da sociedade.

“Continuaremos a lutar duro e forte pela Regionalização e banir esses ingratos que só pensam no seu bem-estar pessoal. Somos a favor da Regionalização porque temos a certeza que só haverá desenvolvimento do país com governos regionais, que serão mais um poder próximo da população e que, junto com o poder local, será mais fácil resolver as grandes dificuldades e assimetrias”, assegura o presidente da CMSV.

Publicidade

Para Neves, o desfecho do debate na especialidade da lei da Regionalização vem demonstrar que o partido de Janira Hoppfer Almada ainda não conseguiu libertar-se da sede do poder e da centralização. O facto de esse partido vir propor a extinção de municípios e a aprovação da lei na base de uma profunda reforma do Estado, é, na sua perspectiva, prova da falta de interesse do PAICV em aprovar essa lei, isto quando a própria Constituição da República possibilita o salto para o poder regional. Além disso, relembra, a reforma proposta pelo partido da estrela negra iria implicar o debate sobre um conjunto “infindável” de questões de fundo, o que iria complicar o processo.

A Regionalização ainda pode regressar ao Parlamento e ser votada, na opinião de Augusto Neves, se o PAICV e o MpD encontrarem uma plataforma de entendimento entre os seus projectos e adaptar ainda as ideias da UCID. É que, segundo o autarca, os democratas-cristãos não apresentaram um projecto, mas sim um conjunto de ideias. De todo o modo, frisa, cabe aos deputados resolver esse impasse porque é para isso que estão no Parlamento.

Publicidade

“Em S. Vicente, vamos dizer a esses deputados que ainda estão presos ao passado que vamos continuar a trabalhar. Esse número reduzido de gatos pingados não pode barrar a vontade do povo, que exigiu a regionalização nas eleições de 2016”, assegura Neves, que pede a todos os municípios que se juntem numa frente para combater o centralismo ferrenho.

No entanto, quando pedido para comentar a preocupação da UCID de que Santiago poderá ficar com 3 regiões administrativas, com a aprovação do Estatuto Especial e a criação da região metropolitana – quiçá mais poder centralizado – Neves responde que só fala de S. Vicente e da sua região. Para ele, essa questão, a existir, deve ser tratada pelos deputados. Da mesma forma entende que o diálogo é o instrumento certo para possibilitar a resolução do impasse gerado em torno da lei da Regionalização. É que, lembra o edil, os anos vão passando e o povo é que vai pagando a factura.

Publicidade

Kim-Zé Brito

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

2 Comentários

  1. Essa forma de fazer política em Cabo Verde por parte do MpD, como o discurso do Sr. Presidente de Câmara de São Vicente, em vez de começar com um discurso do homem de estado que devia ser, começa logo a ofender pessoas, de uma forma brutal, que é o seu timbre de fazer política em São Vicente. Devias em primeiro lugar reconhecer as falhas dos dirigentes do seu partido, aconselhá-los a ter uma postura de diálogo e abertura, com responsabilidade que têm como dirigentes deste País. Em vez disso começa logo a atacar. Dessa forma, como é possível chegar entendimentos, se todos os responsáveis do poder, insultam, provocam e incentivam ódio. que tipo de governantes, têm os dirigentes do MpD? Sabiam que na governação do PAICV foram aprovadas várias leis que exigiam dois terços? Sabem porquê? Porque os dirigentes do PAICV e os governantes na altura, tinham habilidade política para negociar e ceder, para o bem de Cabo Verde. Os interesses do País estavam acima de os de partido. Tenho dito….

  2. É interessante ouvir esse sr. Fala do interesse do país teve a cima de tudo por parte do seu partido.
    É mesmo patético , quando aqui se luta pelos interesses do país através da lei de Regionalização, para eliminar o centralismo e todos os males que vem causando a sociedade cabo verdiana, devido aos longos 44 an9s que esse parte vem devastando Cabo Verde, numa atitude clara de se usurpar ou assaltar o bem comum, deixando as outras ilhas á sua sorte/desgraça..
    É estranho mesmo, em Cabo Verde todos sabem que costuma votar contra leis que reformam o estao, votaram contra a constituição, contra lei de responsabilização dos titulares de cargos políticos, contra a regionalização…
    Quer dizer vocês são uma desgraça pa o pais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo