O edil Augusto Neves admitiu esta manhã a possibilidade de apresentar uma queixa-crime contra o presidente da UCID por ofensa à sua imagem e honra. O autarca reagia em concreto à afirmação feita anteontem por João Luís, segundo o qual o autarca de S. Vicente deveria estar na cadeia por supostos actos de corrupção na gestão camarária.
Segundo Neves, se há suspeitas de crimes cometidos pela sua pessoa, João Santos Luís deveria acionar os tribunais ou a Polícia Judiciária em vez de estar a proferir “sandices” na comunicação social para confundir a opinião pública. “Ele diz que eu deveria estar na cadeia, mas em S. Vicente todos me conhecem e sabem da minha vida de seriedade e honestidade. Agora, devo relembrar ao presidente da UCID que quem tem processo no tribunal é ele por negar pagar dívidas contraídas junto da Enapor, empresa onde trabalha. A isto chamamos de ‘calote’ em S. Vicente”, revela Neves, concluindo que João Santos Luís é um “caloteiro”, pelo que não tem moral para estar a falar dos outros.
Outro alvo que mereceu resposta do autarca foi o coordenador do PAICV em S. Vicente, Adilson da Graça, que, em conferência de imprensa, acusou Augusto Neves de ter recebido 100 mil contos em “doações” de forma ilegal. Sobre este aspecto, Neves deixou claro que as doações feitas à autarquia são todas aprovadas pela Câmara de S. Vicente, conforme manda a lei. Logo, o acto não pode ser ilegal.
“O que fazemos é juntar as doações recebidas e levamos para serem rectificadas pela Câmara. Agora, o que pensa esse partido quando acha ilegal uma doação da Câmara de Oeiras?”, reage Augusto Neves, adiantando que a CM de Oeiras ofertou 40 mil contos para financiamento da cobertura metálica do polidesportivo da Zona Norte, em Chã de Alecrim. Na sequência, diz, a estrutura começou a ser construída pela empresa Matec, ganhadora do concurso público. E acrescenta que há outros reforços financeiros de entidades para ajudar na realização de festivais e do carnaval, que seguem o mesmo procedimento.
Para Neves, o comportamento da oposição revela claramente um casamento entre a UCID e o PAICV com o intuito de derrubarem a Câmara eleita. Um “matrimónio estranho”, nas palavras do edil, entre a “extrema-esquerda (PAICV)” e a “extrema-direita (UCID)”. Logo, diz, isso não vai dar certo.
Augusto Neves considera que os porta-vozes da UCID e do PAICV só proferiram “sandices e insanidades” com o intuito de confundir a opinião pública. Para ele, isto é sinal do quanto os dois partidos ficaram preocupados depois que anunciou a sua disponibilidade em voltar a concorrer para a CMSV.
Quanto aos motivos apresentados pela oposição para o chumbo do Orçamento e Plano de Actividades para 2024, Neves contraria os argumentos usados por Santos Luís e Adilson Graça, que falam em discrepância nos valores constantes no primeiro instrumento. Em jeito de resposta, pergunta porque motivo não foram falar com o Gabinete de Contabilidade da autarquia se descobriram essas disparidades. E ainda sobre “incumprimentos” com os bancos por parte da CMSV, Neves pergunta qual banco tolera incumprimento. “Pelo contrário, a CMSV é uma excelente cliente de todos os bancos”, afirma Neves.
O edil aproveitou a conferência de imprensa desta manhã para revelar notas enviadas no mês de maio à Assembleia Municipal, aos eleitos e aos vereadores solicitando subsídios para a elaboração do Orçamento para 2024. Provas usadas pelo autarca para contrariar a informação avançada pela UCID e o PAICV de que não colaboraram na preparação do documento porque não tiveram conhecimento. Neves acrescenta que, após a sua conclusão, o Orçamento foi enviado a esses mesmos destinatários em agosto para ser analisado e nenhum deles disse uma palavra.